segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Vale a pena

Dessa vez meu coração está tranquilo. Dessa vez estou em paz. Dessa vez me sinto bem. Desejo a todos que sejam felizes de verdade, que realizem seus sonhos e que encontrem a verdadeira paz, como a que sinto.

Me sinto tão bem e quero a todos todo o bem que consigo. Elevo os meus pensamentos a Deus e peço-O que me proteja, que me acompanhe e que olhe sempre por mim. Sinto uma paz tão profunda e desejo que essa paz se estenda a todos que amo e para que ela perdure.

Nada nem ninguém serão capazes de arrancar de mim tudo o que sinto agora. Não me preocupam o futuro e o passado, o antes nem o depois. Só me importam o aqui e o agora, meu presente.

Me sinto tão mais madura, tão mais segura, tão mais eu. Me percebo tão maior, tão mais crescida, tão mais forte e observo que consigo isso com tão pouco.

Agradeço, olhando para o céu, por tudo o que sou, por tudo o que tenho conseguido ser. E concluo: tem valido a pena. Viver vale muito a pena.  


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Minhas perdas



Descobri que não sei lidar com perdas. Se houver alguma vida envolvida, um coração batendo, me torno alvo fácil. Quase um mês depois de ter sofrido a maior perda de nossas vidas, e ainda sem conseguir lidar com ela, se vai ele, o Tobias. Meu pedacinho de nuvem, meu algodão doce, meu tiquinho de marfim, meu Totó.

Não sou mais capaz de escutar essas notícias sem derramar um rio de lágrimas. Minha vontade é gritar bem alto e pedir para que me digam que é mentira, uma pegadinha e que tudo vai voltar ao normal. Mas nada disso acontece e então troco o grito e o desespero  pelo silêncio e a tristeza, companheiras constantes depois dos últimos acontecimentos.

Percebo que depois de tanto tempo, continuo uma menina frágil, sensível e imatura. Só eu ainda não consigo lidar com algumas situações, como essas, em particular. Só eu ainda morro de tanto chorar quando essas coisas acontecem. Só eu sofro esse tanto quando uma vida se vai porque sempre que se vão parece que levam junto um pedacinho de mim e percebo, assim, que vou me acabando aos pouquinhos e quase já não existo mais.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Por vocês


Agora sei como dói ser grande, como dói carregar toda essa responsabilidade sozinha sem poder errar. E sei também como é difícil viver nesse mundo de riscos, medos e desafios constantes. E se não fossem eles, eu não resistiria. E se não fosse por eles, eu desistiria. 

A cada dia, uma surpresa.  Em cada surpresa, um desafio. Em cada desafio, superação. E mais uma vez surge aquele porquê que questiono sempre, só que dessa vez, relativo a todas as provações e testes. E às vezes me surpreendo com as respostas que me vêm ou com as reações que eu mesma tenho. E não me conheço.

Às vezes sinto que não vou dar conta. Às vezes pressinto que é só o início. Preciso ser guerreira, mas tudo isso, só por eles e para eles.  E aquela mulher maravilha, depois que retira a capa, em alguns momentos cai e desaba e ela se deixa assim por alguns minutos, porque sabe que apesar de tudo, ela é humana e ela sabe que ser humano dói.

Mas é preciso deixar claro que é só por eles. Senão, não teria sentido; senão, não valeria a pena. Por isso, preciso e quero muito dizer que ainda com toda dor, toda falha, apesar do medo e de todo receio, minha vida é por vocês, meus verdadeiros amigos. Aqueles que me dão colo, que me consolam, que sabem do que falo, que sabem como me sinto, que sentem o calor das minhas lágrimas, que oram a Deus por mim pedindo-O para que me proteja sempre. Por todos aqueles que se fazem presentes, apesar da distância, e que não me abandonam nunca em pensamento. Saibam todos que tudo isso é por vocês, se permaneço aqui é por vocês, se pareço forte, é por vocês, se supero tudo, é por vocês. Se existo é única e exclusivamente por vocês. E se não fosse assim, se não os tivesse comigo, não sei o que poderia ser de mim.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Essas lembranças


Aquela tempestade me trouxe uma recordação com cheiro de infância. Me reportei a uma época em que a chuva trazia medo, mas proteção. E nessa hora, senti muita vontade de estar lá, naquele tempo, com aquela mesma sensação, mas a força do meu pensamento e toda a nostalgia não foram suficientes. Fiquei, então, com aquele gostinho amargo da lembrança de um tempo e de momentos e pessoas que não voltam mais. 

Queria tanto retornar, estar lá, pelo menos no mesmo lugar e com parte das mesmas pessoas que me entenderiam e compartilhariam comigo da mesma saudade e da mesma lembrança.  Pelo menos em pensamento eu permanecia lá. E como eram fortes as tão insistentes lembranças. Eu era capaz de me lembrar dos detalhes e até mesmo dos cheiros e daquelas sensações tão agudas e tão minhas.

E por falar em cheiros, hoje o cheiro de batata frita me fez lembrá-la. Mas não de qualquer batata frita, é a batata frita dela, preparada por ela, com um toque de amor de avó que só ela tinha. Aquela batata que só ela sabia fazer. Era cozida com sal antes de ser frita. Mas não era só isso, só ela sabia fazer, com aquele seu jeito tão especial, como tantas outras coisas tão típicas. 

E por isso, mais uma vez, aquele gostinho de saudade. Numa mistura de sensações, sinestesias e sentimentos, desejei um tempo que não volta mais, mas que foi tão bonito e tão intenso que chega a ser capaz de me levar daqui sem precisar sair do lugar. O cheirinho de terra molhada misturado com batata frita adicionados ao medo da tempestade ainda permanecem. Ah... e essas lembranças...

sábado, 10 de dezembro de 2011

Não sou eu


Pouco inteligente você foi. Não é assim que se faz. Não é isso que se deve dizer. Não é dessa maneira que se deve falar. Não é dessa forma que eu gostaria que você me recebesse ou que entrasse na minha vida.

E quem disse que sou como as outras? E quem te garante que me resumo simplesmente ao que vê? Se soubesse o quanto posso te oferecer e quanta riqueza há além dos que os cegos olhos podem ver...

Bobinho, não caio nesse jogo frio e banal. Lamento se seu mundo é tão pequeno e escuro, o meu é imenso, brilhante e iluminado. E por isso, percebo que não vale a pena, que não sou eu por quem procura.

Minhas intenções vão além, mas não esse além limitado como o seu, para se acabar logo ali na frente, mas um além sem limites, que ultrapassa e extrapola esse mundinho humano e finito.

E é nessas horas que concordo e faço valer aquela tão famosa e velha frase que os mais velhos sempre dizem: “quem muito quer nada tem”. E te dou um conselho: procure alguém assim como você. Se acredita que tudo já está perdido, não sou eu quem deva te provar o contrário.

E lamento se perdeu a chance de ser melhor e estar com alguém que poderia te fazer mais, mas minha missão com você acaba por aqui. Tome outro rumo, procure outra pessoa, ou se achar válido, reveja seus conceitos, planos e ações.

E te digo mais, e mais uma vez, se é apenas isso o que você quer, essa não sou eu e nem é a mim a quem deva procurar. Nosso perfil é completamente incompatível. Por isso, não insista mais. Acho que já fui clara o suficiente.

Continue sua busca, te garanto que pessoas assim como você não faltarão. Basta olhar para o lado e dar apenas uma piscadela que elas aparecem. Bom... e te desejo um mínimo de sabedoria e perspicácia para que um dia você acorde e perceba que seguiu o caminho errado a tempo de retornar. E te afirmo com tamanha convicção, se quer alguém para estar com você sob essas condições, essa não sou eu.