segunda-feira, 17 de junho de 2013

Eternizar momentos



Consigo eternizar momentos e reavivá-los sempre que possível e necessário. Os sons, as imagens, as cores, os cheiros e todas as sensações envolvidas se renovam me trazendo de volta aquele momento à vida. Agradeço-os por terem feito de cada pedacinho da minha vida uma parte inesquecível que no somatório faz todo o conjunto valer muito a pena. 

Obrigada, ainda que não permaneçam em presença, por perdurarem na lembrança de um momento marcante. Apesar de me julgarem sozinha, mal sabem como me sinto tão bem acompanhada. Acompanham-me pessoas muito especiais, por toda uma vida, apesar de apenas alguns dias ou uma noite compartilhada. E para quê mais, se tantas não conseguem valer a pena uma vida? Não seriam necessários dez, vinte ou cem anos, tamanha capacidade em se tornarem especiais, marcantes e únicas em apenas duas ou três horas e, nesse pouco tempo, saberem, magistralmente, eternizar momentos.


sexta-feira, 7 de junho de 2013

O nocaute



Meu pãozinho de queijo sósia me nocauteou hoje dizendo que vai me deixar. Sofro. Minhas terças e quintas não serão mais preenchidas com aqueles olhos brilhantes, aqueles caixinhos de ouro e aquele sorriso largo e lindo.


Ele vai precisar partir, ficar longe por seis meses, prometeu voltar, visitar-nos. Achei melhor não acreditar. Na próxima semana será nosso último encontro, a despedida. E esse soco na boca do estômago dói...


E agora, quem vai me zuar, me dizendo que adoro malhar o pescoço? Quem vai elogiar meu boxe afiado, dizer que esquivo bem... Esquivar? Pudera eu avançar ali mesmo. E agora, quem vai abrir aquele sorrisão de saudade disfarçada depois de quase duas semanas sem me ver? E os abdominais em pares? E os ganchos treinados corpo a corpo? E os swings lentamente ensaiados com direito a mão na nuca, troca de suores e olho no olho?


Para quê continuar se não vai ser ele mais quem me corrigirá a base ou a guarda, nem me sorrirá quando a coordenação falhar ou quando o jab não sair como o esperado. Ah... e agora quem vai me calçar as luvas e enfaixar as mãos daquela maneira quase sexual? Não quero que seja outro que me levante a blusa e me mostre o abdômen definido me explicando onde é que o gancho deve entrar.


De todos os golpes recebidos e de todos os hematomas deixados, tenho certeza, esse foi o pior. Logo agora que descobrimos tantas afinidades, tantas coisas em comum, que nos identificamos em outros ramos e que havia descoberto quão interessante é por todas as suas escolhas, pelo seu passado e por todos seus interesses recentemente revelados.


Depois desse golpe baixo, jogo a toalha e deixo o ringue. Lutar para quê, sem ele? E admito: mais uma vez, eu perdi.