quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Talvez

Quantas mentiras guardadas ainda por dizer. Tanto medo amarrotado escondido debaixo do travesseiro. E as sujeiras empurradas para debaixo do tapete? Tanta correria, tanta gente ficando para trás, tantos planos inúmeras vezes adiados e os novos ansiosos por realização. As ideias se atropelam, os desejos se confundem e nada sai do lugar.

Uns vens, outros vão e a maioria sem destino, perdida. Olho para o lado e vejo um mundo de gente tentando se encontrar da forma mais improvável possível. O que fazer? Para onde ir? Que caminho seguir? Não sei. Ninguém sabe. Nada se sabe.


Perguntar agora não é a melhor opção. Talvez seja hora de parar, respirar, rever e reavaliar. Rever planos, reavaliar condutas, refazer desejos. Talvez seja hora de deixar para trás os sonhos de criança e colocar em prática os de mulher. Talvez seja hora de mudanças. Das mais singelas às mais radicais. Mudanças, amiga! Ou elas se tornam reais ou nada sairá do lugar.


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Mais um ano

Mais um ano. De vida, de amor, de sonhos, de descobertas, de amadurecimento. Tanto tempo, tanta espera, tanta apreensão. E hoje vejo. É só mais um dia. Um dia feliz. Um dia especial. Um dia como os outros. Um dia normal. Um dia meu.

Pessoas chegaram. Pessoas partiram. Algumas mais intensamente.  Outras, à francesa. Amigos se casaram. Avós se foram. Filhos nasceram.  Boas notícias brindaram bons anos. Histórias coloriram dias. Encontros e confidências celebraram amizades eternas.

Houve dúvida, muita dúvida. Houve lágrimas. Gargalhadas. Arrependimentos. Vontade de voltar. Vontade de ficar. Vontade de partir.  Houve medo. Houve superação. Derrotas. Vitórias...

Existiu e ainda existirá carinho de mãe, piada de pai, abraço de tia, ciúmes de irmão, beijo de afilhada, brincadeira de primos, cuidado de amigos, lambida de cachorro. Sorrisos, colo, xingos... Segredos, torcida, saudade... Medo, lágrima, esperança... Socorro, brigas, pazes. Despedidas, partidas, confissões.

E haverá tudo isso por mais três décadas porque há amor. Amor familiar. Amor materno. Amor paterno. Amor de amigo. Amor de irmão. Amor de primas-irmãs. Amor pela vida. Amor por estar viva. Há vida ansiosa por ser vivida.

Hoje sinto que trinta é melhor que vinte. Vejo que hoje estou melhor que ontem. Me enxergo mais segura, mais mulher, mais madura. E percebo que não há limites. Não para aqueles que sonham, para aqueles que lutam, para aqueles acreditam.

E agora, chegada a hora, vejo: amanhã é só mais um dia. Um dia especial, um dia meu, mas só mais um dia. Um dia que por sinal, quero passar só, na minha própria companhia. Não para refletir, não para doer, não para sofrer. Mas porque esse é o melhor e maior presente que me posso dar. Dar a mim de presente para mim mesma.