quarta-feira, 15 de junho de 2011

Amor negligente


Apenas dizer que ama não é o suficiente. É preciso amar com a alma e o coração, com toda a força e a fraqueza, amar com todo amor e com todo ódio, com a surpresa e o previsível. É preciso dizer, gritar, sussurrar, mas ao mesmo tempo silenciar.

É preciso se desculpar, mas também saber perdoar. Errar e compreender que também se erra. É preciso ser acolhido e acolher, ouvir e ser ouvido, doar sem cobranças, se entregar sem medo, arriscar, insistir, ir além... além das barreiras, além das diferenças, além dos defeitos, dos equívocos, dos pressupostos.

É preciso valer a pena, abrir mão, deixar acontecer, fazer acontecer. Amor negligente não é amor. Amor só de palavras não é amor. Amor de ilusões não é amor. Amor de verdade acolhe, recolhe, procura, preocupa, cuida, protege, leva para casa...

Não quero um amor negligente, não quero um amor de ocasião, não quero um amor qualquer. Se for amor, que seja sublime, divino, transcedental, mas ao mesmo tempo real, vivo, humano. Que me leve ao céu e que me traga à Terra, que me faça voar sem precisar retirar os pés do chão, que me traga a beleza do inimaginável com o que há de mais corriqueiro e trivial, que me faça a pessoa mais feliz do mundo com tudo o que já tenho, mas que nunca percebi.

Diga não ao amor intransigente. Diga sim ao amor tolerante! Aquele que é comprovado, vivido, experimentado e demonstrado! Real e fatal! Aliás, amor não é para ser dito... única e simplesmente sentido no mais profundo do nosso ser... As palavras são desse mundo, mas o sentimento daquele onde elas não conseguem alcançar.

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