domingo, 30 de setembro de 2012

Guerreira, eu?




Guerreira, eu? Não... Só por que me levanto às cinco da manhã todos os dias, tenho três empregos e pego seis ônibus por dia? Imagina... isso não é nada. Guerreira por que apesar de tudo isso ganho quase nada e nem por isso desisto da luta? Guerreira por que apesar dos percalços acredito no amanhã e não entrego os pontos fácil? Ah... que nada! Guerreira só por que me arrisquei a sair de casa, renunciando à convivência familiar e à comodidade em busca dos meus ideais? Guerreira por que apesar dos nãos, dos maus tratos e das grosserias consigo me manter ilesa e continuar o caminho com um sorriso nos lábios e muito amor no coração? Guerreira por que apesar dos convites e propostas por um atalho mais rápido não desisto do que sou? Ah... mas isso não é nada.

Guerreiro mesmo sãos os outros que não têm por onde começar. São aqueles que matam um leão por dia e ao chegar em casa não têm o que comer. Já eu mato apenas alguns insetos por dia e, por via das dúvidas, ainda tenho meu cartão de crédito e o cheque especial. Não sou guerreira. Guerreiro mesmo não possui oportunidades nem quem deposite um mínimo de confiança neles. Guerreiro mesmo é aquele que rema contra a maré, luta contra os preconceitos, contra as diferenças e contra as desleais condições de competição e, ainda assim, não desiste de ser feliz. Eu mesma já possuo a faca e o queijo nas mãos, tenho uma família linda, amigos verdadeiros e sonhos que nunca acabam. E quem tem isso tem tudo.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Uma dorzinha intrusa


A saudade tem sido minha amiga mais próxima nos últimos dias. No almoço, depois do trabalho, na volta para casa, na companhia para o treino, nos momentos mais íntimos de fofoca, na divisão do espelho do banheiro...  Mas hoje, em especial, ela tem estado tão mais próxima que chega a presenciar uma enxurrada descer pelo meu rosto. 

Meu filme tem passado as cenas do dia a dia em preto e branco. Há pessoas querendo preencher um lugar já preenchido, e não há mais vagas para novatos. 

Parece que hoje – e só hoje – a ficha caiu. Talvez essa tenha sido uma estratégia falida do meu cérebro: fingir que a dor não existe para não senti-la.  Em vão. Hoje essa dorzinha intrusa estraçalhou meu peito. E dói...



sábado, 15 de setembro de 2012

Eu entendo



Hoje, mãe, apesar de quase 60 km de distância, quero que saiba que eu entendo que família é família e que devemos perdoá-los os erros e as faltas. Entendo que não me protegem, apesar de ser a caçula. Perdoo o pouco caso e as palavras ásperas quando preciso de consolo e relevo todas as ausências. É o que temos. A culpa não é sua, a culpa não é minha, a culpa não é nossa. Temos uma a outra e isso nos é suficiente. A vida me fez forte, o destino me vem ensinando constantemente e tenho feito as lições diariamente.

Me desculpe por te deixar aos domingos. Aqui também tem sido difícil, mas te prometo, tudo vai melhorar. Te prometo. E não se preocupe comigo, eu estou bem. Por incrível que pareça, meus amigos me cuidam com carinho e eles me têm como a uma irmã. Eu soube escolhê-los cuidadosamente. Se cuide direitinho aí. Quero te ver feliz quando voltar.

Sei como dói estarmos longe e sinto como foi difícil me ver sumir na esquina naquelas circunstâncias sem nada poder fazer. Eu chorei, mas já passou. Saiba que você é meu melhor presente e que só por isso tudo faz sentido para mim. É por você que enfrento estrada toda semana, é para te ver nos finais de semana que enfrento a vida de segunda a sexta e é porque te amo que não desisto. Quero que acredite que tudo vai ser recompensado, que dias melhores virão e que a vida se mantém estável graças a você. Apesar da distância, te tenho comigo a todo o tempo, nos conselhos, nos ditados sempre oportunamente ditos, no otimismo, no desejo de melhora. Só queria que soubesse, tudo permanece de pé por você.



domingo, 2 de setembro de 2012

I love you and i’m not drunk



Elas fazem meu domingo mais feliz e me dão todo o gás necessário para enfrentar a semana pesada de quase sempre. Estar com elas é garantia de muita alegria, de felicidade que perdura, de intermináveis risos e de muitos casos para se contar para os netos mais tarde.

Em qualquer situação, a parceria se faz presente, seja na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença, lá estamos nós, demonstrando, de alguma forma, porque essa vida vale a pena de verdade.

E nossa história daria um livro se somados todos os momentos marcantes. Guardamos segredos mortais, fortalecemos o significado do substantivo amigo, nada abstrato no nosso vocabulário, e reavivamos um sentido verdadeiro para estarmos aqui, juntas, desde sempre e para sempre.

Estamos em família, somos família e isso já explica que nossa amizade não é desse mundo, nem de agora, nem feita na mesa de um bar, vazia, fria, fugaz, momentânea. Pelo contrário, crescemos juntas, ou nos agregamos de maneira tal que o vínculo se fez muito mais forte do que as circunstâncias poderiam prever.

E não brincamos em serviço. Se a palavra de ordem é diversão, tiramos de letra. Das vodkas, runs e big apples apenas extraimos a energia necessária para fazer render a noite, mas elas não são fundamentais. Fundamental mesmo é a água que os nossos corpos nos exige depois da missão cumprida.

Na verdade, não apenas o meu final de semana fica feliz na companhia delas, mas minha própria existência e, assim, confirmo minha certeza absoluta da forma mais sã: “I love you, my friends", and this time, “im not drunk”!