“Deixa ele partir”, dizia meus pensamentos. “Não desista”, contradizia
meu coração. E nessa confusão de sentimentos, revesava entre o querer
intensamente e o não mais se prender. Quanto a ele, transitava a todo o tempo
entre os meus pensamentos e o coração. Nessas horas, nunca se sabe o que fazer
nem o que pensar. O que eu sabia é que naquele momento já não o tinha mais e
era com essa realidade que eu precisava jogar.
Eu sabia que precisava, de alguma forma, me desapegar, mas
não conseguia. Suas lembranças, a toda hora, vinham me visitar. Meu coração o
prendia. Mas eu precisava deixá-lo ir, embora meus pensamentos não conseguissem
abandoná-lo.
Queria tanto poder mandar no meu coração para quando essas dúvidas
surgissem, de modo imperativo, ordená-lo: “liberte-o e o deixe partir. Outros
amores virão”. Ele, disciplinado, me obedeceria, e a vida seguiria na monotonia
morna e peculiar. Mas fácil seria se assim fosse. Dessa forma, não haveria
dores de amor, paixão não correspondida tampoco teríamos o cotovelo machucado.
Mas a vida surpreende. E presa não só a ele, mas a esse
pensamento esperançoso, respiro aliviada por saber que se presa eu estiver
também a ele, nos libertaremos os dois para vivermos juntos uma livre vida de
liberdades.
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