Ao lado dele, meu mundo parou, cada segundo se fez horas,
instantes se eternizaram e as significativas lembranças não querem mais me
deixar. Ele foi capaz de me fazer sentir importante de novo com tão pouco. Não
foram necessários ostensivos elogios tampouco falsas promessas. Por muito menos,
ele levou de brinde meu coração e toda a minha admiração.
A vontade ardente de um beijo, a insistente tentativa de um
sim, o profundo anseio de se fazer valer a pena naquela noite, a necessidade de
reajustar contratos, seu discurso, seus cachinhos, seu sotaque, o senso de
humor, a contradição – asas e chifres – tudo isso fez dele meu anjinho torto.
Gozado pensar como em tão pouco tempo ele tenha se tornado
tão especial. Apesar de distante, sempre tão próximo e tão presente. Sinto,
ainda hoje, resquícios daquela noite tão simples e ao mesmo tempo tão forte.
Era ele, tinha que ser ele e não caberia outra pessoa que fosse para preencher
aquela comum noite de carnaval.
Mesmo hoje, um tempo depois, posso fechar os olhos e reviver
toda aquela sensação de desejo, de vontade, de anseio. Sou capaz de me
transportar daqui com uma facilidade assustadora a um momento que tão gostoso
efeito me causou. Esse feito, ninguém jamais havia conseguido até ele chegar.
Sei que ele foi meu envidado especial, meu presente de
carnaval num momento de dúvidas e esperas. Ele foi capaz de provar o contrário
do que revelavam as expectativas, driblar as previsões da posterior rotina,
eternizar momentos de felicidade, congelar sorrisos de arrebatamento e fazer um
momento qualquer se tornar especial. Além de tudo isso, ele, de forma pioneira,
foi o único competente a arrancar verdadeiramente a frase mais sincera e mais bem
dita nos últimos tempos: “Te quiero mucho, mi angelito”!
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