domingo, 3 de março de 2013

Lá se vão



Estou tão cansada de criar e desfazer vínculos. Descobri que sou uma pessoa fácil de se deixar levar. A cada sorriso, a cada convite de amizade, a cada conselho ou numa simples troca de números ou telefonemas já me sinto mais familiar do que o necessário. E desse jeito, carrego para o meu mundo todas as novas companhias que me foram brindadas. 

A parte ruim de tudo isso? Quando essas companhias todas se vão ou quando, forçosamente, pelas circunstâncias da vida, me arrancam delas. Me sinto mutilada, invadida ou desrespeitada por não terem sido consideradas as minhas escolhas. Se algumas delas não me escolheram, tudo bem! Lá se vão elas, bem ou mal, por vontade própria. Mas se a escolha é mútua, por que não permanecermos juntas para sempre?

Ainda que permaneçam nas lembranças, num oi repentino, numa rápida ou demorada ligação ou num encontro vagarosamente planejado, a convivência não é mais a mesma. Nem o colo, nem os conselhos, nem os alertas, nem as risadas, nem... nem ... nem... Ah! Nem... 

E quando se vão, me sinto tão sozinha, tão triste com a saudade em níveis nunca alcançados. E não me importo em começar tudo de novo, mas me machuca pensar que mais uma vez a vida vai me afastar daqueles que escolhi como minhas estrelas.  Ultimamente, esse tem sido meu exercício constante, conhecer meus novos, e de repente não mais novos, companheiros. Aqueles que no final das contas, sempre me deixam. Porque não me querem mais, porque precisaram se distanciar, porque o destino os obrigou a se afastarem, porque eu não pude permanecer, embora quisesse muito, porque talvez a missão dada era a de que deveriam apenas me fazerem feliz por um ano, por um mês, por duas semanas, ou por um dia apenas.

E eu, mais uma vez, sozinha, os vejo ir devagar. E eles, mais uma vez, lá se vão...


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