Hoje, ao chegar em casa e não encontrá-la, senti um vazio do
tamanho da vontade que sentia em revê-la. O sorriso que carregava nos lábios e
a expectativa que trazia nas mãos deram lugar à tristeza e à decepção, ao mesmo
tempo, por não tê-la comigo em mais um sábado metodicamente planejado.
Cadê aquele rostinho lindo que me abria um sorrisão quando me via? Cadê
minha segura companhia dos finais de semana, em especial, das noites de sábado?
Cadê minha música embalada com “sorrindo de mim”, “tomar banho ni mim”, “piscina
gosmenta” entre tantas coisas tão típicas?
Percebo que ela é minha também. Queria poder carregá-la comigo para onde
quer que eu fosse, como uma mãe-canguru. Queria poder decidir por ela. Queria
ter mais tempo com ela. Queria estar mais presente.
E hoje, depois de chegar em casa e não encontrá-la a me
esperar, descobri que não sou capaz de viver sem ela. Apesar de tão pouco tempo, ela agora já faz parte da
minha vida de uma forma tão contundente que não sou capaz de me imaginar
sem seus olhinhos de jabuticaba a me olhar, me enchendo de perguntas. Sinto que ela, de alguma forma, se tornou uma extensão de mim mesma, dos meus desejos de felicidade, da minha vontade de vencer e de querer que vençam, da minha imensidão tão contraditoriamente minha.
Ela me faz ser mais feliz, mais criança, mais alegre, mais
menina, mais plena. Descubro um novo mundo ao lado dela. Um mundo só nosso, como nos contos de fada. Quero dá-la
todo amor existente nesse mundo e quero que ela se sinta muito amada. Quero
poder contribuir com todos os recursos que me cabem. Quero vê-la crescer feliz
e tê-la como o que de melhor a vida me trouxe. Porque de fato, ela tem estado
dentre todas as melhores coisas que a vida me presenteou.
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