sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

À flor da pele


Não me diga palavras fortes e ríspidas porque sou sensível e hoje me encontro à flor da pele. E se eu começar a chorar, não vai ser fácil parar. Pense bem no que me dizer ou pode acabar com uma amizade em dois tempos. Se não quer me magoar, então se afaste por alguns instantes. Não me conte casos frágeis nem dramáticos porque sou capaz de derramar um rio de lágrimas, como é de praxe todo mês. Mas hoje, em especial, por favor, me poupe da sua presença e me deixe só. Apenas por hoje, não me fale em ex, não me traga nostalgias tampouco coloque na mesa o futuro. Porque em alguns momentos entra em cena a mocinha insegura e indefesa e o medo de refletir sobre o passado e pensar no futuro, em especial, hoje, poderá me render anos de terapia.

Nada de músicas tristes porque posso não conseguir me segurar e parecer ainda mais sensível do que de costume. Não toque em assunto de família, não me pergunte sobre minha mãe, não diga nada que me remeta à tia, afilhada ou animal de estimação porque tenho sido um péssimo membro de família e isso me corta o coração. Nada de saudades, lembranças, ausências ou infância porque isso me dá um nó na garganta. Sobre minhas últimas perdas, nem pensar. Isso me faz perder a razão, o chão e sangrar todo o sangue que ainda me resta. Me perdoe, mas é que hoje estou à flor da pele. E quando me encontro assim, dói tanto viver.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário