terça-feira, 18 de outubro de 2011

Saudade


Hoje a saudade apertou. Me enchi de quês e porquês. Tudo me fazia lembrar  você. O feriado, o vazio do dia, o nada por fazer, a noite por vir. Pensei em ligar, aparecer de repente, enviar um torpedo para tentar aliviar. Mudei de ideia.


Carrego eu agora as minhas dores que não se fazem menores.  Tento inventar mil desculpas para justificar as lembranças. Tensão, hormônios, carência, solidão, mas a realidade me dá um tapinha amigo nas costas e me diz que é saudade e ponto.


Fico então sozinha tentando desviar os pensamentos, fingindo preencher meu dia, torcendo para que essa angústia acabe logo. E então, em vão, me pergunto como você está, o que anda pensando, quais são seus sentimentos.  Simulo respostas, suponho razões, mas a angústia não se vai.


Tento dormir logo para ver se o dia se encerra e toda essa saudade passa de uma vez por todas. “Estranho, isso nunca tinha me acontecido antes”, penso tentando localizar o momento em que surgiu esse sentimento novo de saudade com pitadas de angústia. E me interrogo se seria diferente se eu houvesse agido de forma diversa. Encontro mil erros no nosso ex-relacionamento, dez mil defeitos em mim e me vejo carregando toda a culpa do mundo.

E machuca, pensar em você machuca, machuca pensar no passado, passado que deixou saudades. Saudades repentinas que me invadem sem bater a porta, que entram sem pedir licença e em mim se alojam me presenteando você numa visita que dura o dia todo.


E então, antes de dormir faço uma prece pedindo por você, por mim, por nós dois. E fecho fortemente os olhos tentando te prender no meu agora, para que não me acompanhe no depois. E com a força do pensamento te acaricio com o meu beijo mais saudoso e te entrego na brisa dessa noite o meu querer mais profundo.

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