terça-feira, 27 de setembro de 2011

Eu poderia, mas não...


Eu poderia te dizer que você errou, que esse mundo é solitário e que você vai querer voltar.

Poderia te mostrar como foi grande meu amor, sincero meu carinho e verdadeira toda minha preocupação.

Eu poderia te provar como quis te ver feliz, como quis te fazer feliz, como tentei nos fazer feliz.

Poderia te ligar numa fria madrugada e insistir em um retorno na esperança de um sim.

Poderia rezar aos céus implorando sua pseudo presença em um sábado solitário, na tentativa de uma reconciliação.

Poderia escrever o roteiro de um filme e colocar sua trilha sonora preferida com dois personagens que se amam da forma como deveria ter sido.

Eu poderia exigir explicações mais plausíveis, verdades mais concretas, atitudes mais maduras, ações mais coerentes.

Mas não... não devo te dizer que errou, não tenho que mostrar todo o tamanho  dos meus sentimentos nem quantas manobras fiz pela nossa felicidade.

Não preciso provar nada a ninguém, não é inteligente insistir em uma presença vazia nem sacro pedir aos céus pedidos impossíveis e impraticáveis.

Não... não sou roteirista de filmes com trilhas românticas e final feliz nem necessito explicações  que não mudarão o que penso sobre você.

E, destino, não me peça mais para transformar sapos em príncipes, chorar por quem não merece ou esperar calmamente pelo beijo romântico no final da história porque agora todo o conto de fadas já se acabou e dessa vez sem o mentiroso viveram felizes para sempre.



segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Choro


Choro agora pelas dores do mundo. Pelos amores perdidos, pelas promessas rompidas, pelos laços desfeitos, pelos elos cortados, pelo finito infinito, pelo eterno com um final infeliz.

Choro agora por aqueles que não sabem viver, que machucam, que se machucam, que não perdoam, que não compreendem a grandeza do viver e se redimem por pouco.

Choro por aqueles que choram, que sofrem, que são machucados, ou se deixam machucar, por aqueles que não compreendem que esse mundo é vazio e que cheios devemos ser nós e não a vida.

Choro por não conseguir mostrar ao mundo o tamanho da felicidade que nos aguarda, por não conseguir provar que a vida não tem sentido, mas que podemos dar a ela o sentido que queremos e que nossa existência não é em vão.

Choro por não fazer entender que somos seres espirituais vivendo uma experiência humana e não o contrário, que a vida é perfeita, que não há linhas tortas e que tudo acontece como tem que acontecer.

Choro porque não se compreende que não há limites para aqueles que sonham e se acreditam realmente especiais. Somos todos especiais, mas não se sabe. Simplesmente choro porque o ser humano é grande e potente mas se vê tão pequeno e  mesquinho...

sábado, 10 de setembro de 2011

Perfil



Sonhos perdidos
A procura

De um só coração

Partes do infinito
Mergulhadas 
Na mesma ilusão

Viagem de um clandestino
Sem caminho
E orientação

Medo escondido
Que reflete
A solidão

Vida vazia
No frio
Da escuridão

Velho destino
Incansável guerreiro
Da razão

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Se eu pudesse


Se eu pudesse, te traria de volta. Rechearia todos os seus dias de amor, carinho e muitos beijos. Diria coisas que tenho certeza que só eu sei dizer. Te faria sentir homem de verdade com todo o paradoxo humano que possa existir.

Se eu pudesse, te arrancaria dos meus sonhos e te traria para minha vida de uma vez por todas. Sem erros, sem medos, sem receios. E no nosso mundo, existiríamos apenas duas pessoas: eu e você! E para quê mais alguém, se apenas nós dois nos bastamos?

Se eu pudesse, te levaria para minha casa, te cuidaria com um carinho ímpar e te traria uma xícara de té cheia de sentimentos e alguns alfajores recheados de paixão. Te levaria para cama e te cobriria com um amor só meu para que pudesse sonhar comigo e com todo o afeto que tenho para te oferecer.

Se eu pudesse, te faria só meu e de mais ninguém, tão egoísta que sou. Te guardaria na minha gaveta secreta do coração e te trancaria a sete chaves, para que ninguém fosse capaz de te roubar de mim.

Na verdade, na verdade mesmo, acho que não te tiraria dos meus sonhos nunca, para que nada nesse mundo nem ninguém pudesse estragar minhas fantasias mais infantis. Para que nenhum sentimento ruim nem nenhuma sensação aniquiladora fossem capazes de destruir toda a beleza do amor e para que assim nos eternizássemos no tempo, no espaço e no coração.