sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

A paz que a gente procura


A paz que procuramos está dentro, não fora. Isso é o que nos dizem todos. É muito comum ouvirmos frases estrategicamente planejadas e ensaiadas para nos acolher nos dias em que estamos esvaziados de nós mesmos. Mas, no final das contas, por onde começar? Que caminho é esse?

Penso que o primeiro passo é nos conhecermos para sabermos de fato quem somos e o que buscamos ou qual é o propósito em estarmos aqui. Se nos conhecemos, consequentemente, saberemos do que gostamos e do que não gostamos, quais são os nossos limites, os nossos valores e princípios, o que damos conta de aceitar e o que o nosso coração se recusa a fazer.

Quando nos conhecemos, nos amamos mais e para nos amarmos é preciso autocuidado. Se sabemos do que gostamos, naquele dia em que estamos mais carentes de nós mesmos saberemos que será preciso nos presentearmos com uma boa leitura, com um momento para nós, uma meditação, um chazinho, colinho de mãe, conversa com a amiga ou simplesmente nos deixarmos a sós no quarto escuro com nós mesmas.

Se nos amamos sempre um pouco mais e se nos conhecemos o bastante para sabermos do que gostamos e o que não nos cai bem, seremos capazes de fazermos escolhas melhores, seja de parceiro, de amigos, de oportunidades de trabalho ou simplesmente da bola de sorvete num dia quente de verão. Não será preciso fazer escolhas para agradar o outro, para sair bem na fita ou para ser aceito. Não será preciso dizer sim quando se quer dizer não.

Se nos amamos e sabemos bem o que queremos fica mais fácil nos perdoarmos quando o erro se torna necessário. Porque errar também faz parte. A diferença será a forma como encaramos o erro. E, assim, será mais fácil superá-lo de forma madura e elevada sem necessariamente encontrar culpados ou nos martirizarmos.

Quando nos amamos, sabemos que a paz que tanto procuramos está “in” e não “out”, que há maneiras inúmeras de encontrá-la, desde que saibamos o que aquece o nosso coração. Essa paz não tem a ver com dinheiro, grife de roupa, viagens, carro do ano, mas sim com o respeito a nós mesmos, à natureza, ao outro e ao Universo. Essa paz pode estar presente no sorriso de uma criança, no canto de um pássaro ou no olhar cheio de citosina do seu cão. Essa paz às vezes vem disfarçada no carinho de uma mãe, na ligação de um amigo ou numa lembrança gostosa de infância.

Aos poucos, vamos entendendo que a busca por essa paz é constante, incessante e interminável. Contudo, cada vez que nos conhecemos e nos amamos mais essa paz se aproxima de nós, se torna mais palpável e mais real. O importante, independente da forma que a busquemos é nunca nos esquecermos de que o primeiro passo é nos conhecermos e nos amarmos sempre mais e mais.



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