Ninguém
disse que seria fácil viver um amor à distância, mas mesmo assim
ela quis. Ela quis enfrentar um a um dos desafios que aquele amor lhe
lançaria. E ela não teve medo. Ela arriscou. Tentou. Amou. Se
jogou. E dia após dia, ela se levantava da cama com um sorriso de
quem sabia exatamente o que queria. Sentia estar no caminho certo. A
vida lhe mostrava isso. Ela se sentia mais leve, mais amada, e por
que não, mais livre.
Contudo,
do outro lado, havia, medo, receio, passado, desilusão. E por mais
que tentasse convencê-lo de que valeria a pena, de que era preciso
arriscar, de que ela a faria feliz, o medo de amar o tomava por
completo e o fazia recuar. Ele sentia medo de amar, medo do futuro,
medo da saudade doer, medo de não saber lidar com tanto amor.
Ela
era inteiramente amor. Ele era inteiramente medo. Ela ela
profundidade. Ele caminhava no raso e nunca se jogava ao fundo. Ela
era extremos, intensidade. Ele era meio termo, sensatez. Ela era
quente, fervendo, pelando. Ele era o morno, a temperatura ambiente.
E
por ela querer demais e ele sentir medo demais, ela resolveu não mais
querer, pelo menos não mais ele. Ela resolveu se entregar para quem
tivesse coragem de acolher todo o seu amor, de esperar com vontade o
próximo encontro. Não precisava ser perfeito, só precisava ser
humano, real e querer amar, assim como ela.
E
porque tinha medo de amar, ele não mais esteve em seus planos. Ele
não mais fez parte de sua psique. Ele não mais recebeu seu amor.
Porque tinha medo, ele não foi feliz ao lado de quem mais amor lhe
pôde oferecer durante uma vida inteira.
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