Às
vezes, me sinto perdida. Não sei por onde começar. Minha cabeça
fica confusa. Quero muitas coisas ao mesmo tempo. E ao mesmo tempo,
não quero nada. Tento respirar fundo, fechar os olhos, sentir as
batidas do meu coração e entender que caminho ele quer seguir, mas
o barulho lá fora é mais alto que a voz aqui de dentro. Outras
vezes, choro incessantemente para tentar expulsar as dúvidas, os
medos e as dores e quando o choro cessa, sinto um alívio, mas inda
persistem os mesmos sentimentos.
Tento
ler, meditar, praticar Yoga. De outras vezes, me escondo de mim
mesma. Me distraio, aliás, busco distrações que me mostram outras
direções e que me fazem me perder ainda mais de mim, do que busco,
do que quero e do que acredito. Volto ao início e sinto como se não
tivesse saído do lugar.
Sempre
ouço dizer: “Somos o Universo”, “Se ame”, “Todos somos
um”, “Medite”, mas por onde começar? E quando nada disso faz
sentido? E quando você não sabe nem mesmo se quer se levantar da
cama, quando a rotina massacra, quando o medo paralisa, quando o
cansaço fala mais alto do que todas as suas vontades?
E
quando você quer correr, mas não sabe para onde? E quando você
busca algo, mas não sabe o quê? E quando você crê piamente em
algo e tudo desmorona de repente? E quando às vezes você sente medo
do futuro? O que fazer?
Hoje,
nessa confusão dentro de mim, quero o tudo e o nado, o novo e o
velho, o tradicional e o mais arrojado, quero ir e ao mesmo tempo
ficar. Quero o de sempre e o desconhecido, quero perder e ganhar ao
mesmo tempo ganhar, quero ser do contra e quero me calar. Às vezes,
quero das as mãos e de outras, virar as costas e caminhar sem olhar
para trás.
Quero
aceitar que esse momento é meu, me pertence, de que preciso de tudo
isso para crescer, mas quero entender também porque toda essa
confusão dentro de mim, por que tantas perguntas sem respostas, por
que tantas coisas loucas ao mesmo tempo. E no final das contas,
quando me deito, não sei o que quero, não encontro respostas e não
quero esperar mais tempo para encontrá-las. Quero jogar tudo para o
alto, gritar, sumir, pichar paredes, xingar palavrões, mas algo me
diz que o caminho não é esse, que preciso silenciar a voz da mente
e ouvir a voz do coração. Respiro fundo, fecho os olhos, sinto as
batidas do meu coração, mas o barulho lá fora ainda é mais alto
do que a voz aqui dentro.
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