sábado, 20 de dezembro de 2014

Nono A, A de Amor

Com vocês aprendi o que é amor de verdade: amor de mãe, quando tinha a vontade de puxar a orelha de cada um; amor de irmão, quando ouvia confidências; amor de amigo, quando dava conselhos; amor de professora, quando torcia para que cada um se saísse bem, não só nas provas, mas nos projetos mais pessoais, que algumas vezes, tive a honra de que fosse compartilhado comigo.

Aprendi a ter um orgulho inenarrável, de cada um de vocês. Quando a bandinha de rock começou a engrenar (mesmo nos bastidores, eu fazia uma figa do tamanho do mundo para que tudo desse certo), quando havia alguma apresentação de ballet (e eu me enchia de orgulho em dizer que tinha uma aluna bailarina, com apresentação no Palácio das Artes e tudo mais),quando um aluno (fã do Cristiano Ronaldo) era almejado pelo Bayern de Munique, quando tiravam total nas provas de Língua Portuguesa, quando se saíam bem nas provas de Matemática, quando ouvia algum elogio sobre vocês na sala dos professores e podia pensar “são meus alunos”.

Nunca imaginei que uma crônica minha fosse tão ansiosamente esperada. “A professora não gosta da gente. Ela nunca escreveu uma crônica pra gente.” E era uma luta para eu tentar explicar que a crônica de vocês viria, mas na hora certa. E que responsabilidade a minha em provar agora, em poucas palavras, o quanto vocês foram e são importantes para mim.

Ah... se vocês soubessem o quanto eu esperava a quarta-feira para passar mais tempo com vocês... Afinal, com vocês, sempre me senti amada, até porque, Nono A, de Amor. Ali eu me sentia querida, me sentia protegida, era como se me cuidassem. Era o material que se ofereciam para carregar, os rostinhos sempre felizes a me desejarem um bom dia, me dizendo que estavam com saudades, os abraços carinhosos, os pedidos intermináveis, e sempre da mesma pessoa, para ir ao banheiro e beber água: “Mas você nunca me deixa ir...”.

Foram muitas ambiguidades durante o ano, alguns pleonasmos, sentido denotativo, sentido conotativo... Quanta polissemia!!!  Houve regência verbal e é por meio dela, agora, que eu tento me expressar, demonstrando o quanto quero vocês. Querer, verbo transitivo direto, no sentido de ter afeto. E que essas palavras eternizem o tamanho do meu afeto por vocês.


Foram muitos os convites e pedidos durante o ano: para tomar um sorvete, para ir ao cinema, para ir ao show do Metamorfina, para ir à Praça da Liberdade, para passar o número do celular, para adicionar no facebook (que já nem tinha mais). Mas agora vem o meu pedido: para que vocês me levem como uma lembrança boa, gostosa e feliz. Para que vocês tenham juízo, sucesso, para que sejam felizes, porque eu confesso que feliz já me considero por ter participado, ainda que um pouquinho da vida de vocês.


Nenhum comentário:

Postar um comentário