segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Meu "mundinho"

A cada conversa, sinto como se levasse um tapa na cara. As palavras escolhidas, o olhar fuzilante, a voz oscilante e áspera me violentam e me violam. Saio de cada conversa menor, subtraída. E por isso, as evito e as recuso sempre. Porque todas elas me machucam.

Sinto como se fosse chicoteada sem direitos. Me sinto agredida com a escolha minuciosa de cada palavra. E nessas horas, penso que deveria me chamar Macabeia, como a da Clarice. E cada lágrima que se faz existir depois é a tentativa de um grito de liberdade. É o fruto inoperante de um se calar cheio de significados.

E querer que a relaçao permaneça bem depois de tudo isso é me pedir demais. Me exigir mudança de comportamento por quem nutre um câncer dentro de si é menosprezar minha inteligência e me acertar mais um golpe.

Me silencio, me escondo, me equilibro. Um tempo sozinha, alguns pensamentos, conexões, reflexões e um par de novas atitudes me devolvem meu sorriso, afastando lágrimas passageiras e toda dose de tristeza. E assim, depois de cada batalha, teoricamente, perdida, com a energia que me resta, retorno ao meu mundinho. Pequeno e frio, para os outros.  Mas ilimitado e imenso, para mim.


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