Difícil? Pesado? Depende da
companhia... Hoje, depois de tanto pensar, depois de tanto tentar equilibrar
prós e contras, me despi de toda máscara e de toda felicidade inventada. Aquela
a quem sempre compartilhava a vida, e passei a poupar-lhe das minhas dúvidas e
dívidas tão tolas e banais, voltou a ser minha conselheira nos meus momentos
mais sofridos. Sempre discutimos, é verdade, mas saio dessa nossa relação me
sentindo um outro alguém tão mais forte, tão mais madura, tão mais eu. E mãe é
mãe e isso não se discute!
Seus conselhos às vezes machucam,
suas recomendações são sempre tão difíceis de serem seguidas, sua sinceridade
me assusta, mas quando me sinto mais frágil é quando fazem toda a diferença. Nossas
opiniões se divergem, nossos gostos são tão opostos, mas nosso amor se
converge, nos aproxima e nos faz uma só – mãe e filha.
E hoje, me sentindo tão pequena,
tão sozinha, ela, sem perceber, como tantas outras vezes, me fez me sentir a
pessoa mais importante do mundo, pelo menos para ela. E suas falas tão suas, me
fez perceber como sou tão especial, como mereço algo verdadeiramente grandioso,
e como eles, os outros, é que não se dão conta de quem deixam partir.
Se o amor alheio é questionado, o
dela é sempre sentido nos detalhes de um telefonema carinhoso, nos sorrisos nas
tardes de sábado, na comida preferida ainda no fogão, nos abraços nas manhãs de
domingo e em sua despedida no final da tarde quando a partida é inevitável. No
seu não fazer nada para ficar me escutando com minhas histórias intermináveis,
com meus planos incompletos, com meus vacilos e gargalhadas de toda semana.
E hoje, num dia frio, de tantas
dúvidas e medos, de mendigar amor e de sofrer por ele, ela me trouxe o seu
amor, me transbordando carinho e cuidado. Hoje, mais uma vez, ela me trouxe de
volta, me encontrou perdida em mim e me fez me encontrar e me amar novamente. E
hoje, por causa dela, e só dela, continuo de onde parei. E hoje, por ela e para
ela, sou alguém melhor, sou o melhor alguém.
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