quinta-feira, 26 de julho de 2012

Encontre a si mesma


Cadê aquela paz anunciada? E o tempo que lhe prometeste? Confesse que não sabe ficar só, confesse. Assuma para si própria que não sabe o que quer, que não se suporta sozinha e sem programa no final de semana, que não consegue se ver desacompanhada e que tudo parece sem graça quando o telefone não toca. Admita para si mesma como é insegura, o quanto se engana dizendo ter o controle nas mãos e como é doloroso ser como é.

Assuma sua personalidade, arque com as consequências de todas as suas escolhas e não mendigue mais o amor que lhe cabe por merecimento. Pare de se enganar. Se dê um tempo de verdade. Não minta para si própria, se cuide, aprenda a se amar e seja sua melhor companhia. Acredite que jogando limpo consigo mesma e assumindo seus sentimentos você não precisará mais do amor alheio para se autoafirmar, da aprovação dos outros para seguir seu caminho e finalmente encontrará por quem sempre procurou: você mesma.


segunda-feira, 23 de julho de 2012

Eu e ele





Somos o sol e a lua. O feijão e o arroz. O café com leite. O chocolate branco e o chocolate ao leite, ou simplesmente eu e ele. Somos o encontro do divino com o transcendental. Somos o eclipse lunar, a noite e o dia, o crepúsculo a espera do anoitecer. Somos a mistura do querer e do desejar mais profundos. Sou as Minas e ele, o Sul. Eu, a timidez das montanhas; ele, a imensidão do oceano. Eu, o uai; ele, o bah. Ele, o churrasco dos finais de semana; eu, o romeu e julieta de sobremesa depois do almoço de domingo. Sou saudade; ele, amor.  Sou os dias quentes de verão; ele, o friozinho de inverno.

Juntos somos Planeta Terra, Sol, Via Lácte. O infinito, o eterno, o para sempre. Somos aliança, união, um para o outro.  Um misto de espera e realização, o querer ficar e o precisar partir, a lembrança do ontem e a esperança do amanhã. Somos o antes e o depois, o passado e o futuro, o ir e o ficar, a vontade ardente e o saber esperar. Somos a felicidade intensa em meio ao turbilhão de emoções. Somos a esperança de dias melhores apesar das contradições alheias. Somos o encontro, a partida e o permanecer. O início, o meio, o fim. Somos apenas eu e ele. Eu e ele...


quarta-feira, 18 de julho de 2012

Você saiu perdendo




De hoje em diante você não terá mais minha companhia nos finais de semana nem minhas mensagens poliglotas no meio da madrugada. Não ouvirá mais minha voz suave sussurrando a nossa canção nos seus ouvidos. Acabaram-se as típicas despedidas ao final das noites tão nossas. E te garanto: isso ninguém mais será capaz de te proporcionar.

Não haverá mais alfajor argentino, cartas de amor nem torcida tímida, mas sincera, de primeira fila, apesar de escondida no fundo do salão. Depois de mim, esteja certo, qualquer pessoa que estiver ao seu lado será apenas uma pequena porcentagem de tudo o que fui para você. Me desculpe, mas as comparações se fazem inevitáveis e você já deve ter percebido que saiu perdendo.

Alguns atributos não são confiados a todos, mas apenas a alguns e por isso te afirmo que ninguém, por mais parecida que seja, será capaz de te fazer feliz como eu fiz. Nenhuma mulher, por mais bonita que seja, será capaz de te realizar como eu te realizei e, por isso, você saiu perdendo.

A trilha sonora, os planos para o futuro e os sonhos de uma vida a dois nunca mais serão os mesmos porque não será comigo com quem você os dividirá. Preço que se paga por decisões precipitadas, ações impensadas e por não se dedicar o necessário valor àquilo que é de merecimento nato.

O abrir os olhos pela manhã perdeu o sentido, eu sei. O que antes te causava prazer agora não te sustenta como antes. Essa insistente inquietação repentina, esse vazio que te corrói por dentro, esse sentimento de culpa eterno e esse sorriso amarelo são apenas reflexo da prova simples e única de que definitivamente: você saiu perdendo.

domingo, 8 de julho de 2012

A vida me ensinou


A vida me ensinou que somos responsáveis pelo que somos. Que o amor deve ser cultivado e que nenhum sentimento, implorado. Descobri que não devemos mendigar que os outros nos amem, mas sim, e acima de tudo, que nos respeitem. Por isso, meu lema é o mesmo que o do Brasil ditatorial: me amem ou me deixem.

A vida me ensinou a gostar de mim da forma que sou e a me cuidar antes de me doar a quem quer que seja. Que cada um possui suas dores, seus amores e que tudo isso deve ser levado em conta antes da aproximação e do envolvimento.

Aprendi que cada um é responsável por seus atos e suas escolhas, ainda que elas doam, machuquem ou nos poupem. A vida me ensinou também que nos tornamos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos, e é isso que de verdade importa: quem verdadeiramente levaremos na memória e no coração por toda uma vida.



domingo, 1 de julho de 2012

Logo ele...


Hoje me vi de um jeito que nem pude acreditar. Me vi me arrumando e querendo ficar mais bonita para ele. Logo para quem... para ele. Me assustei. Me repreendi. Me crucifiquei, tentando, ao mesmo tempo, na defensiva, encontrar uma justificativa para aquele ato impulsivo num momento de distração. Teria eu me enlouquecido? Estaria um pouco perdida, sem direção e por acaso o alvo tenha sido ele? Poxa, mas ele? Logo ele... Alguém de quem sempre tentei me afastar, alguém que me causava repulsão e me fazia sentir preguiça de tudo e de todos. E agora me estimula tanto a ponto de me fazer querer estar bonita para chamar sua atenção.

Me senti ainda mais perdida do que de costume. Juro não ter entendido nada, por mais que tentasse. Caramba... e agora? O que faço? Por incrível que pareça, já consigo prever o futuro. Mas não, não é isso que eu quero. Não ele. Não agora. Não aqui. Não, não tenho o controle. Não sou a responsável. Não sei como agir. Preciso de um tempo. Definitivamente uma dose dupla de tempo com bastante camomila. Quanto a ele, por um instante que seja, o desejei para minha vida.