sábado, 16 de abril de 2011

À espera


Não vai. Ficaaa!!! Mas já é tarde. Deixei o tempo passar... e você se foi. E só agora descubro que não está mais, que se encontra longe de mim e que não consigo voltar o tempo atrás. E saber que te perdi me dói. Saber que seus olhos cintilantes não iluminarão mais as minhas noites dos finais de semana me traz tristeza.

Percebo que meu castelo desabou, que não sou mais completa e que me falta um pedaço. Que raiva sinto de mim por ter te deixado partir sem que realizássemos nossos sonhos, sem que saciássemos nosso desejo de prolongarmos a noite. E só agora percebo como fui tonta, como deixei o tempo passar passiva e se te fiz esperar, agora esperarei eu. Te esperarei retornar, esperarei nos reencontrarmos, esperarei nosso destino se cruzar novamente.

Por que não me disse que não ficaria mais? Por que não me fizeste um sinal? Eu entenderia, não prolongaria, não adiaria... mas agora, precisarei esperar, esperar você voltar, esperar receber novas notícias, esperar tudo acalmar. E se te fiz esperar, agora, esperarei eu.

Nem uma despedida, nem um tchau, nem um adeus, nem até logo. Apenas se foi e disse que sentiria saudades. Estas já sinto eu. Não queria que fosse. Não vejo motivos para felicidade nem comemoração. Brindar o quê se você se vai, se me deixa aqui, se não me leva com você.  Alegria por quê se a partir de agora não haverá mais prazer em sair de casa se não encontrarei meus olhos de mar para iluminarem minhas noites dos finais de semana?

domingo, 10 de abril de 2011

Quero sim



Quero um dia de primavera
Ensolarado e azul
Quero pássaros cantando na janela
Voando em direção ao sul

Borboletas cintilantes
Pombinhos amantes
Felicidade repartida
A quem persiste na lida

Desejos eternos
Sonhos concretos
Amores sinceros


Nada de perspectiva alienante
Somos eternos errantes
E merecemos um futuro brilhante

sábado, 9 de abril de 2011

Se...


De que vale mais um dia se as flores não desabrocham?
P’ra que mais uma noite se a lua não ilumina o céu cinzento?
Se as abelhas não fabricassem o mel, o que iria adoçar minha vida?
Se a chuva não caísse mansinha na janela do meu quarto, qual seria o ritmo dessa canção?
Se as lágrimas quentes não molhassem meu rosto eu não sentiria o gosto da dor.
As palavras, minhas companheiras, me transformam em amante, mulher, menina, Cinderela, heroína...
Mas as palavras, minhas amigas, não sabem transformar sapos em príncipes, nem besouros em beija-flor.
Mas se a noite vira dia, se a uva vira vinho, por que não consigo fingir o que não sou?
Assim, talvez, seria a mulher perfeita, a mulher-maravilha, a super-mulher ou uma mulher melhor.
Mas se não consigo ser nada disso, o que serei?
De que vale mais um dia se o sol não brilha no céu azul?
P’ra que mais uma noite se as estrelas não cintilam meu destino?
Se a brisa não tocar meu rosto como vou sentir da vida, o gosto?
Se as ondas frias do mar não molharem meus pés descalços, p’ra que continuar a caminhada?
Se não caísse não teria motivos p’ra me levantar.
A poesia me leva à Marte, Vênus, Cidade dos Anjos, Floresta Encantada, Casas de Chocolate...
Mas a poesia não me traz Apolo, Cupido, Super Homem, Príncipe Encantado...
E assim vou lutando contra as bruxas do medo, as madrastas das desilusões e os monstros do arrependimento.
Me escondo dos fantasmas do passado e fujo da maldição do anel perdido.
Mas quando me transformo em mulher-Gato pulo na janela do quarto.
E é quando acordo e salvo a menina-mulher que se desperta de um mundo de sonhos e fantasias irreais.
Então... interrompo os contos de fadas p’ra assistir a um filme de terror sem histórias de amor.
E a cada dia invento um novo capítulo desse trágico romance.
Ah...! Mas ainda assim, se eu descobrisse o mistério da Lagoa Azul...
Afinal, de que vale a vida, se dela não fazem parte os sonhos e a poesia?

sexta-feira, 1 de abril de 2011

All up to you


É impressionante observar como as coisas acontecem harmoniosamente nos momentos exatos em que necessitamos que aconteçam. Às vezes nos faltam respostas, mas às vezes essas respostas tão aguardadas em momentos passados nos surgem sem que a esperamos com tamanha precisão que nos assustam.

Seja um oi inesperado, um fato esquecido, uma única palavra, uma imagem, sonho, luzes, sensações... as menos imaginadas são as mais precisas.

Sem mais explicações, redescobri uma canção que ouvia com insistente frequência e que a perdi sem conseguir entender como. Não me lembrava o nome, a letra, mas sei que a escutava sempre e que ouvi-la me fazia tão bem.

Agora, num momento inesperado, a reencontro dominada pelo replay. Diferentemente das outras vezes em que a escutava, essa “singela” canção que me hipnotizava apenas pela melodia ganha um novo sentido, encaixado, bem ajustado. Apesar de me encontrar bem novamente, noventa e cinco por cento melhor, essa redescoberta me trouxe respostas e conforto. Aquela lua cheia iluminando primorosamente minhas noites solitárias já não me trazem lembranças perdidas nas noites do dia 21. Nada mais de “Te quiero como nunca quise a nadie”. Agora, “Vete”...  All would up to you before, not anymore.


“Its all up to you
Si mañana te vas, mañana te olvido
Si mañana me amas me escapo contigo
Jamás me limito no le temo al destino
Oh te quedas oh te vas
Elije el camino
Vete!
Al fin eres dueña de tus sentimientos
– Pero si te quedas te ofresco hasta el cielo
Es tu decisión
Dime en este momento
I'm always gonna keep it true
and I must still do my thing even if it is not with you
But its all up to you
Its all up to you
All up to you
Si mañana te vas...
mañana te olvido
Si mañana me amas,
me escapo contigo
Jamás me limito
No lo temo al destino
O te quedas o te vas
Elije el camino
Elije el camino
Elije el camino
Vete…”