Com o tempo, a gente aprende que fica quem quer e deseja. Não adianta forçar pessoas, histórias, lugares, amor. Se tiver que prender, não vale a pena. Se tiver que insistir, é melhor deixar ir e abrir espaços de valor para quem deseja estar.
A maturidade me ensinou que o que
é meu vai me encontrar e isso me fez baixar a guarda, relaxar e dormir em paz
todas as noites. Me coloco aberta à vida e a vivê-la na potência do amor, mas
entendo que para muitos será muito e para tantos outros pouco demais.
Aprendi que tudo é uma questão de
perspectiva e isso muda a maneira de lidar com o outro, com o mundo e com todos
os seres ao meu redor. Há energias que se conectam e se somam e outras que se
repelem e se afastam. Assim também são os seres. Alguns parecem vir nessa vida
para nos encontrar, outros apenas passam. Alguns permanecem, outros a vida
leva. Alguns ficam na memória para sempre, outros morrem dentro de nós.
Eu, com todas as minhas falhas e
consciência delas, desejo somar, mas entendi que só se soma se o outro também
for número positivo. Escolho sorrir, acolher, compartilhar. Me abro a aprender,
a ouvir, a amar, mas aprendi que se outro não quiser, nada disso terá valor.
Por isso escolho me conectar com aqueles que veem beleza nos detalhes, que
entendem a grandeza de momentos simples, como assistir ao pôr-do-sol, que se
encanta com a lua, que sabe apreciar o barulhinho da chuva ou o canto do
bem-te-vi.
Para aqueles com os quais desejei
me conectar em vão, hoje entendo, não era para ser. Ainda assim, os agradeço o
encontro, a partilha do momento e as trocas que se deram. Isso também me constrói
quem sou e quem me tornei. Com o tempo, deixei que se fossem sem dores nem
arrependimentos. A todos eles, ofereci sempre o meu melhor, o melhor que eu
podia ser naquele momento. E antes que eu dissesse não para mim mesma, me
permiti escolher partir. Não por egoísmo, mas por amor, amor a mim mesma. Aprendi
a respeitar as escolhas de cada um e aprendi que não é em qualquer casa que
mereço entrar e que tampouco qualquer um merece entrar no meu lar.