Como me faz falta abraçar. Só isso, abraçar... abraçar e me deixar ali, inteira, entregue, completamente vulnerável em braços que me prendam por alguns segundos. Agora que não os tenho constantes como os tinha antes, me fazem falta. Muita falta. Me fazem falta demais. E percebo a força, o poder e a cura que representam para mim, hoje, dois braços enroscados em torno de mim.
Carência? Talvez... Pode ser que
sim... talvez seja isso mesmo. Não sei... não sei de nada mais. Não sei. Nada.
Cada vez mais me vejo pequena, um grãozinho de areia perdido no meio do
deserto. Cada vez, compreendo um pouco mais minha fraqueza, minha pequenez,
minhas dores, meus medos e desejo enfrentá-los na tentativa de me ver fazendo
mais sentido para mim mesma, e depois, talvez, fazer sentido para os outros
também, quem sabe até mesmo para o mundo.
Complexo, né?! Eu sei. Confesso
que tenho me esforçado, muito. Talvez seja a crise dos 40, assim como vivi a crise
dos 30. Minha vida tem seguido como uma montanha-russa. As emoções são
confusas, desequilibradas. Talvez sejam os hormônios brigando aqui dentro de
mim. Tem dias que tudo vai bem. Em outros quero fugir, do mundo, de mim, de
tudo e de todos. Em outros me deixo levar. Há dias que desejo viver
intensamente e há outros em que não quero sequer sair de casa. O que todos eles
têm em comum? O desejo de um abraço.
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