Enquanto
eu me recostava em seus braços, ele cantava Bon Jovi, com uma voz
suave, serena e ao mesmo tempo forte. Se existe céu, era ali onde eu
me encontrava. Eu queria parar o tempo e ficar quietinha, ali, só
nós dois naquela cena que mais parecia um sonho. Era tudo perfeito
demais: ele, todas as coisas que me dizia, todo sentimento que
começava a brotar por ele em um, aparentemente, despretensioso
primeiro encontro. Eu me perguntava o tempo todo: “é real?” ou
“mereço tudo isso?”. E as respostas que me vinham era de um
imenso SIM.
Depois
de tanto tempo em caminhos errantes, me senti completamente
privilegiada por estar com alguém como ele do meu lado, me olhando
um olhar puro, me dizendo palavras doces e me fazendo carinhos tão
ingênuos. Ao mesmo tempo, eu pensava em como tinha acertado naquela
escolha e decisão de encontrá-lo. Embora com times rivais e
posicionamentos políticos divergentes, ele, por si só, já me
trazia um mundo novo e não menos atraente. E desde aquele primeiro
momento, eu queria mergulhar profundamente no seu mundo e trazê-lo
para o meu, dividir com ele tudo o que aprendi nos últimos anos,
todas as leituras que fiz, todos os filmes a que assisti, todas as
minhas descobertas, todas as vitórias e os meus planos para o
futuro.
Em
poucas horas, me descobri uma nova mulher. Ele me trouxe vida, cores,
reacendeu minha luz tão fraquinha nos últimos tempos, me fez me
redescobrir e despertou em mim algo tão adormecido ultimamente: a
vontade de amar, de me arriscar, de ser feliz além da tela do
computador, do apartamento novo e da alegria da companhia familiar
dos finais de semana. Eu comecei a querer mais, eu comecei a desejar
mais tempo com ele, a rever minha vida, meus sonhos, meus planos,
minhas metas.
Ele
trouxe consigo todo o conhecimento que me faltava sobre
empreendedorismo, sobre investimentos, sobre a vida, sobre viver,
sobre ser, sobre mim. E em tão pouco tempo eu já me
sentia imensa, nobre, desperta para todas as novidades e surpresas do
destino. Eu me sentia muito feliz e já não tinha mais medo de amar.
E tudo isso apenas no primeiro encontro. Se em pouco tempo eu já me
sentia assim, definitivamente, eu não seria capaz de mensurar em um
mês, dois três...
Penso
que decidir encontrá-lo foi um risco, mas o melhor e mais delicioso
risco da minha vida. Se eu pudesse, hoje, agora, dar um conselho para
a Liliane do passado, meu conselho seria: Carpe Diem! Viva! Viva
intensamente. Não tenha medo de se arriscar, de se abrir para o
novo, para os sonhos, para a vida, para o amor. Seja todo o amor que
deseja para si. Seja fiel aos seus sentimentos, escute às vozes que
ressoam baixinho aí dentro de você, dê crédito aos caminhos
apontados pelo coração. Porque hoje eu posso dizer que aprendi com
ele que viver é correr risco e esse risco pode nos levar a lugares e
abraços nunca antes imaginados.