terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Black Life do bom senso


O Black Friday me assusta. A compulsão por comprar, por ter cada vez mais, por acumular, por encher armários, seja de comida, roupas ou livros me assusta. É completamente impactante assistir a um número incontável de pessoas correndo dentro de uma loja para se conseguir um eletrodoméstico um pouco mais barato que o habitual e, o que é pior, perder um dia de trabalho por ter que enfrentar uma fila quilométrica para se pagar um único produto ou, ainda assim, um carrinho cheio de coisas que de fato, se não fosse o mercado, a publicidade e a compulsão não seriam necessárias.

É assustador ver como a nossa sociedade se deixa levar sem se questionar. Como é mais fácil copiar, seguir a manada, entrar na fila, consumir, comer, sujar… Alôôô!!! Pare e observe onde você está, o que de verdade deseja, o que é vontade sua e o que é vontade dos outros. Se encontre primeiro, se conheça, descubra do que gosta e do que não gosta, mas não vá na onda dos outros, porque todo mundo faz, porque parece legal, porque é mais fácil. Muitas vezes, não vale a pena seguir o fluxo, não vale a pena ir com a maioria e Black Friday não significa pagar menos. Todo esse mercado significa consumir, simples assim. Consumir aquilo que você não precisa, aquilo que você nem deseja, o que você nunca pensou em comprar.

Se eu pudesse propor alguma coisa, proporia o Black Friday do Bom Senso, mas como seria para ser usado apenas na sexta, poderíamos, talvez, estender para a semana inteira. Black Week ou White Week seria melhor. E durante a semana inteira prevaleceria o bom senso para não jogar lixo no chão, não fumar em lugares proibidos, não ultrapassar pela direita, respeitar as leis, os seres e a natureza. E isso valeria para todo e qualquer mortal, sem predileções.

Talvez assim, viveríamos num mundo mais justo, de pessoas mais sensatas, que sabem fazer suas escolhas sem influências e sem persuasão.

 

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