quarta-feira, 25 de julho de 2018

Para não esquecer


Lê, meu amor! Hoje senti muita vontade de te escrever. Já há algum tempo me prometia fazer isso e finalmente esse dia chegou. Ontem à noite, fiquei ensaiando o que te dizer e algumas palavras me chegaram fáceis.



Às vezes me vem uma sensação louca de que o tempo, a vida ou o destino um dia vai nos afastar (não sei por que essa sensação) e antes que isso aconteça, se é que algum dia vai acontecer mesmo, quero te dizer tudo o que o meu coração me pede.



E a primeira coisa é que você é muuuuiiitttoooo especial. Das maiores alegrias da minha vida. Minha companhia dos sábados e domingos, das férias e feriados. Você me ensina sempre a ser menina de novo, a pular corda, dançar com bambolê, fazer polidance na placa da rua, correr atrás de Bellinha, fazer um novo quadradinho de oito e rir, rir muito de tudo e de nada. 

Você me surpreende com suas selfies malucas no meu celular, com sua mania de dar tapas nas barrigas alheias, abraços repentinos por trás, sem contar as brigas para ver quem vai brincar com Alice ou quem vai carregá-la primeiro.



Com você, aprendi o cuidar, porque você me faz querer cuidar de você, te proteger, te fazer feliz, te apresentar um mundo realmente bom, ser boa, te fazer bem. Com você aprendi a cantar tanta música linda, a assistir Sou Luna, Mohana, Cinderela... e me esquecer da vida real, tão chata às vezes.



Você me faz querer ficar e nunca mais partir. Me faz querer voltar. Você me traz o desejo da pipoquinha, do brigadeiro, da batata frita, do milho no parque. Você me traz o parque inteiro.



Ah, minha Lelê… que sorte a minha ter você, o seu sorriso, a sua companhia. Que alegria a minha ser sua amiga, sua confidente, alguém em quem pode sempre confiar.



E o que o meu coração me pede para te dizer é que sempre estaremos juntas. Sempre! Mesmo que eu não esteja do seu lado, mesmo que nos afastemos, mesmo que eu ou você precise partir algum dia, jamais nos deixaremos. Não importa o que aconteça, não importa quem chegue, quem se aproxime, quem vai… eu sempre vou te amar com o maior amor que existe dentro de mim porque "nele cabe até uma penteadeira... cabe nós duas".



Tudo o que eu mais quero nessa vida, Lê, é que você seja sempre muito feliz. Que nada seja capaz de te tirar essa força, esse brilho e esse sorriso, minha pequena guerreira. Porque é como te vejo: minha guerreira menina. Talvez por isso a gente se identifique tanto, porque a cada tropeço a gente se fortalece mais.



Seja sempre carinhosa com todos os seres à sua volta. Quem doa carinho, amor e atenção nunca se sente só. E se ame, se ame muito em primeiro lugar. E quando se sentir triste, se lembre do quanto você é linda, especial e amada. E jamais se sinta sozinha porque sempre vou estar com você, em prece, pensamento ou no meu desejo intenso de felicidade. E guarde esse segredo com você: Eu te amo muito, minha Lelê!


quinta-feira, 19 de julho de 2018

O barulho lá fora e a voz aqui dentro



Às vezes, me sinto perdida. Não sei por onde começar. Minha cabeça fica confusa. Quero muitas coisas ao mesmo tempo. E ao mesmo tempo, não quero nada. Tento respirar fundo, fechar os olhos, sentir as batidas do meu coração e entender que caminho ele quer seguir, mas o barulho lá fora é mais alto que a voz aqui de dentro. Outras vezes, choro incessantemente para tentar expulsar as dúvidas, os medos e as dores e quando o choro cessa, sinto um alívio, mas inda persistem os mesmos sentimentos.

Tento ler, meditar, praticar Yoga. De outras vezes, me escondo de mim mesma. Me distraio, aliás, busco distrações que me mostram outras direções e que me fazem me perder ainda mais de mim, do que busco, do que quero e do que acredito. Volto ao início e sinto como se não tivesse saído do lugar.

Sempre ouço dizer: “Somos o Universo”, “Se ame”, “Todos somos um”, “Medite”, mas por onde começar? E quando nada disso faz sentido? E quando você não sabe nem mesmo se quer se levantar da cama, quando a rotina massacra, quando o medo paralisa, quando o cansaço fala mais alto do que todas as suas vontades?

E quando você quer correr, mas não sabe para onde? E quando você busca algo, mas não sabe o quê? E quando você crê piamente em algo e tudo desmorona de repente? E quando às vezes você sente medo do futuro? O que fazer?

Hoje, nessa confusão dentro de mim, quero o tudo e o nado, o novo e o velho, o tradicional e o mais arrojado, quero ir e ao mesmo tempo ficar. Quero o de sempre e o desconhecido, quero perder e ganhar ao mesmo tempo ganhar, quero ser do contra e quero me calar. Às vezes, quero das as mãos e de outras, virar as costas e caminhar sem olhar para trás.

Quero aceitar que esse momento é meu, me pertence, de que preciso de tudo isso para crescer, mas quero entender também porque toda essa confusão dentro de mim, por que tantas perguntas sem respostas, por que tantas coisas loucas ao mesmo tempo. E no final das contas, quando me deito, não sei o que quero, não encontro respostas e não quero esperar mais tempo para encontrá-las. Quero jogar tudo para o alto, gritar, sumir, pichar paredes, xingar palavrões, mas algo me diz que o caminho não é esse, que preciso silenciar a voz da mente e ouvir a voz do coração. Respiro fundo, fecho os olhos, sinto as batidas do meu coração, mas o barulho lá fora ainda é mais alto do que a voz aqui dentro.