A palavra que ressoa em minha mente agora é essa: agradecer!
Preciso ser grata e preciso de um tempo, como todas as
outras vezes, para me recuperar, para me recompor, para me fortalecer e voltar
às minhas escolhas. Talvez meu defeito seja acreditar no ser humano sempre. Meu
erro tão infantil que persiste a cada nova oportunidade dada e recebida.
Um tempo para mim, para fazer o que gosto, para estar com
quem gosto e para gostar de quem gosta de mim. Sinto que sou capaz de atrair
boas energias e grandes companhias, embora algumas às vezes cheguem por engano.
Essas, prefiro que não permaneçam. Se o anjo da guarda cochilou, ainda há tempo
de realocar algumas peças, desde que se descubra a tempo. E se ainda há tempo,
melhor agradecer pelo estrago ser suficientemente pequeno para consertá-lo.
Agradecer por todo o pressentimento que se faz presente
quando mais se necessita. Pelos indícios que não demoraram tanto a aparecer.
Pela autoestima e o amor próprio que são suficientemente grandes a ponto de
não, nunca, jamais se mendigar amor, carinho e atenção. Agradecer por não
insistir no erro e perceber a tempo em qual precipício se poderia cair.
Se é para mentir, melhor partir. Se não há respeito ao outro
e aos seus sentimentos, que se vá. Se não houver caráter, não vai ser comigo
com quem vai ficar. E se tiver que compartilhar companhia, que eu permaneça
como estou. Estou certa de que me sinto melhor assim.
Preciso agradecer por, de alguma forma, saber quem sou, quem
eu quero, o que quero e qual caminho seguir. Talvez seja essa certeza que traga
o equilíbrio que me guia o caminho. Não quero futilidade, quero essência. Não
me basta apenas a beleza, necessito conteúdo. Não adianta ser inteligente e bem
sucedido, mais que isso, é importante valores e princípios. Que me respeite, em
primeiro lugar. Que seja sincero, que não finja sentimento para me agradar ou
para conseguir o que se queira.
Obrigada, meu Deus, por me abrir os olhos. Que os
sentimentos não me ceguem jamais. Que eu saiba separar o joio do trigo,
discernir o bem e o mal e, no final das contas, não me render a falsas
promessas. Que eu saiba fazer escolhas conscientes e não me deixe levar pela
aparência. Que eu consiga ir além da carcaça e enxergar e sentir o que se
oferece o coração.