Mais uma vez perco o controle de tudo: de mim, da minha
vida, dos meus planos, dos meus desejos, das possibilidades... logo agora que
tudo caminhava dentro do confortavelmente previsível.
Me vejo pequena, sem saída, muito menor que todo esse desejo
que começa a crescer dentro de mim. Sinto que não detenho o controle de nada
mais, nem mesmo dos pensamentos, que me levam agora ao por vir.
E se antes eu caminhava dentro de um limite controlável, essa
linha imaginária, agora, perdeu seus contornos. E confesso, isso me gera
insegurança. Medo. Receio.
E juro, dessa vez eu me sentia bem, embora sozinha. Aprendi
a lidar com tudo o que a vida me impõe – ou quase tudo. E então, de repente, ele me
aparece e, por força do destino, já chega se despedindo.
Me sinto confusa, perdida, mas já não busco respostas e
explicações como antes. Tudo agora é diferente: o meu olhar, as minhas
escolhas, a coragem, o risco, mas não o medo, a ansiedade e a confusão mental.
O que fazer? “Viver!”. É o que me dizem. E é o que tenho
tentado fazer, mas não mais como antes. Porque por mais que eu tente não me envolver,
os pensamentos me levam até ele. Me encho de interrogações, dessa vez, sem as
tentativas frustradas de tentar respondê-las.
Ao mesmo tempo me pergunto e me acalmo: Por que tudo isso?
Você já tira de letra! E uma amiga me diz: “Você é uma mulher emancipada, não
se apegue.” E quem disse que mulheres emancipadas não se apegam? E quem disse que
por serem independentes seu coração queira bater sozinho?
Permaneço confusa, confesso, mas certa de que de que dessa
vez não haverá final porque independente da forma como seja o enredo dessa
história, a minha, pelo menos, não terminará por aqui. E finjo, dessa vez, deter todo o controle novamente.