Me sinto tão impotente, me sinto
fraca, me sinto pequena, frágil. Se é que sou capaz de me sentir alguma coisa
nas reais condições em que me encontro. Dói. Dói muito. Dói a perda, dói o
medo, dói a separação, dói pensar como os outros doem. Machuca o silêncio, o
fingir estar tudo bem quando se sangra por dentro, o parecer não se importar
quando o desejo de mudança e melhoria é latente.
Queria poder fazer alguma coisa,
queria poder mudar o script, colocar um final feliz, mas sou incapaz. É difícil
ver o ano começar dessa forma, quando as esperanças apontavam para o caminho
oposto.
Me ferem os olhos marejados, a
interrogação nos olhares para os quais não tenho resposta, o rosto inchado sem
solução aparente, o querer poder fazer
algo, não apenas meu, mas de outros, e nada se poder fazer.
E em meio a esse misto de receios
e impotências, lhes ofereço o que me resta de mais puro e sincero: o meu sorriso de gratidão pela companhia,
pela torcida, por compartilhar dos mesmos sonhos, pelo divergir de opiniões,
pelo carinho, pelo colo, pelos puxões de orelha, por todo conselho, pela
preocupação, e repito: deixá-los me dói fundo a alma e o coração.
Lamento com
pesar toda minha impotência e me ofereço por inteiro como meio de compensação.
Vocês vêm comigo de alguma forma: na camisa amarrotada, no bom dia a cada
manhã, no português impecável, a cada acesso ao google maps, na música do Hulk
sempre solicitada daqui para frente, em cada bigode, nos batons sensuais, nos
vacilos típicos de cada um, nas imagens
da semana, no caderninho de frases, em cada café, na cerejinha nunca revelada,
nos trucos, nos melhores happy hours... E agora, nessa situação, além desse
sorriso de gratidão, só me resta dizer, verdadeiramente: “Tamu junto”!