Às vezes me pergunto: “será que é tão difícil falar a verdade?”. E essa resposta me chega fácil aos ouvidos, mas me esqueço de que essa resposta precisa vir dos outros, e não de mim. E não consigo entender por que tanta mentira, por que tanta falsidade, para que tanta dissimulação. É tão mais fácil dizer a verdade, dói menos, a consciência fica leve, o sono chega mais rápido, rejuvenesce, faz bem para pele. E o ditado de que mentira tem pernas curtas é real. Mais cedo ou mais tarde ela é descoberta, e assim as máscaras caem e a verdadeira personalidade vem à tona: mentiroso.
A mentira é a arma dos fracos, daqueles que não se acreditam capazes de lidar com suas próprias ações, dos que precisam se esconder por não acreditar nem mesmo em si próprios.
E seria tão mais fácil se não jogássemos com essa que acaba sendo nossa adversária no final do jogo. Ela é enganadora de si mesma, é nossa inimiga, nos passa a perna se revelando no momento menos propício. Se soubéssemos como é tão melhor jogarmos com a verdade, nossa fatal aliada, o mundo seria mais verdadeiro também, mais fácil de ser conduzido.
Aquele que mente se denuncia. Uma vez descoberta a mentira, jamais serão dignos de confiança porque aquele que mente uma vez mente sempre e quem mente por menos mentirá, com toda a certeza, por motivos maiores. Aquele que mente, desconfia sempre, de si e dos outros, porque espera sempre do próximo a atitude que ele mesmo teria: a mentira.
E assim caminha a humanidade, a passos lentos, rastejantes para ser mais exata. Porque o ser humano desacreditou do ser humano, desacreditou de si próprio, desacreditou das suas crenças, se deixou levar por pouco, por muito menos, se deixou corromper, se prostituir dos seus próprios ideais.
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