Impressionante observar como
caminha mal a saúde do País. E pior quando a gente se vê afetado diretamente.
Uma consulta que é marcada para as 15h30, na verdade, funciona por ordem de
chegada. Então, por que não avisaram que era ordem de chegada? Foi uma
suposição o horário da consulta falidamente calculado pela atendente? E aqueles
que chegam depois, por que passam na frente? Não era ordem de chegada?
Chegar as 15h e ser atendido
depois das 19h, se fizermos o cálculo, fica mais rápido e prático ir para outra
cidade mais próxima onde os horários são respeitados, onde as filas são
respeitadas e quem não chega no horário fica para outro dia.
Se um professor não entra na sala
no horário, normalmente, é punido; se o paciente não chega no consultório no
horário marcado, ele não é atendido, quando as regras são atendidas. E por que
quando ele chega no horário tem que esperar mais de quatro horas? Cadê a agenda
do médico? Cadê o compromisso com o paciente que, se já está doente, fica
também estressado e piora, assim, seu quadro de saúde?
Quando vamos às ruas, durante as
manifestações, exigindo nossos direitos, o mundo inteiro se questiona um porquê
para tudo aquilo. “O brasileiro é um povo tão feliz”, dizem. Que venham e
vivenciem tudo o que passamos no dia a dia no trânsito, nos hospitais, nas
escolas públicas, no transporte público. Temos estádio de primeiro mundo, mas
não temos um país de primeiro mundo. Somos o terceiro mundo, emergente.
E no ápice da raiva, dá vontade de
gritar, de chutar, de quebrar tudo. De mostrar que essa educação do vandalismo
é o que temos, foi o que recebemos. Mas porque me resta um pouquinho de
educação herdada de família, então eu respiro fundo e guardo essa raiva para
quando chegar a Copa do Mundo, para quando a gente voltar às ruas e estraçalhar
essa indignação e insatisfação guardados durante todo esse tempo.