Hoje, depois de um sonho realizado, me sinto parte de tudo
isso. Parte dessa história, parte do relacionamento, das brigas, das alegrias,
dos jantares a três, dos planos, do futuro...
Uma simples ligação e toda uma vida, aliás, duas vidas, se
transformaram. No telefone: “Li, fiquei
com seu irmão.” Ah... meu irmão nãããooo! E a partir de um “só fiquei com você
porque você é irmão da Li” e “só fiquei com você porque você é amiga dela” dois
destinos, aparentemente opostos, se cruzaram para permanecerem juntos e não
mais se afastarem.
Nos nossos programas a três houve cumplicidade: “Li, beba
água. Muita água!”. Houve funk: “Ti-ta-nic! Titanic! Titanic!”. Houve muito
rock: “Ohhhhh... I’m still alive”. Houve clichês: “Feio, chato, chato, feio.”
Músicas em um inglês singular: “Time want to time tonight”. Houve vinhos, muita
Big Apple, Mojitos, Malibus, Cubas, Caipirinhas, cervas, energético de quinta, água,
muita água, incontáveis Ruffles, Kikão de fim de noite e mais uma infinidade de
histórias para contar.
New House, Chalezinho, Canton, Jack, Fogão a Lenha, Tunico,
Silvano, carnavais, bailes, encontro de motociclistas, festas de aniversário,
jogos do Galão da massa. Todo e qualquer evento em todo e qualquer lugar
estávamos lá, o casal: nós três. Dos desavisados surgia a pergunta: “Uai,
Plínio! Duas?”. Dos João Sem Braço, a brincadeira: “Agora sim, formamos dois
casais”. Dos amigos sempre muito prestativos, a carona: “Plínio, deixa que sua
irmã eu levo”.
E foi aos poucos que deu certo um relacionamento a três: eu,
meu irmão e minha amiga. Ou: eu, minha amiga e o namorado dela. Ou ainda: eu,
meu irmão e minha cunha. E deu certo: os presentes por encomenda, os puxões de
orelha, os desabafos, os colos, os trabalhos acadêmicos, as risadas de sempre,
a bochecha dormente, os porres de toda vez, a amizade, a cumplicidade, o amor a
três.
E hoje, por meio de um sonho realizado, faço parte de uma
história escrita a seis mãos. Pela torcida, pela preocupação, pelos ciúmes às
escondidas, pelo querer bem, pelo desejo de felicidade e de acerto que
impulsiona, pela companhia reconfortante, pelos conselhos de uma aprendiz dados
e recebidos, mas principalmente por todo amor.
Por um amor que não é de um nem de dois, mas de três. Um
amor triplo, trino, tríduo. Um amor a três, ao cubo, elevado a terça potência.
Um amor que vivifica, que se renova, que permanece, que perdura e que dia após
dia se eterniza. Dizem que um é pouco, dois é bom e três é demais. Em alguns
momentos, três também dá rock. Aliás, só rock não. Dá uma orquestra inteira
porque quando tem amor de verdade, um é pouco, dois é bom, mas três é ainda
melhor.