domingo, 24 de junho de 2012

Algo me diz



Sonhei com você essa noite e algo me dizia que precisava de ajuda. Fiquei preocupada, um pouco perdida, sem saber o que fazer, afinal, nossa afinidade se restringia apenas a dois encontros e um futuro incerto. Pensei em ligar, sondar, tentar saber se tudo corria bem, mas algo me dizia que essa não era a solução. Talvez o melhor mesmo fosse deixar o tempo agir e a vida aplicar o seu contorno habitual. Pedi a Deus por você e torci para que estivesse tudo bem, não me cabia mais o que fazer.

Sua lembrança ainda me persegue, me cobrando algo que ainda não sei o que é. Apesar das controvérsias, queria ter você para mim, mas a gente não manda no destino. Prefiro acreditar que se não foi não era para ser. Ainda assim, aguardo as definições do segundo tempo. Certa ou não, algo me diz que esse jogo vai ter prorrogação.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Sem depois

Que bom saber que você está bem. Fico feliz em perceber que toda a dor passou, não apenas para mim, mas para você também. E que o novo ano anuncie nova vida para mim e para você. Que o novo tempo traga novos amores para mim e para você. Ainda que nossos desejos não se realizem, que sejamos maduros o suficiente para persegui-los até o final ou reconstruí-los, se for necessário.

Que bom te ver com esse sorriso sincero nos lábios e esse brilho nos olhos novamente. Que a vida tenha conseguido te ensinar que oportunidades são para serem agarradas com unhas e dentes, e que uma vez perdida, não voltam mais.  Que você tenha conseguido entender que pessoas possuem brio e orgulho e que aquelas que realmente valem a pena se valorizam o suficiente para não quererem voltar atrás nas suas decisões. Que você tenha entendido que com os sonhos não se brinca, que companheiros não são marionetes e que a vida deve ser vivida intensamente, sem rascunhos, sem depois, sem mais tarde, porque esse tempo pode nunca chegar.

domingo, 3 de junho de 2012

Quando ele nos deixou


Naquele dia pude experimentar o pior e mais insosso almoço de toda minha vida. O gosto amargo e frio daquele momento se transportou para a refeição.  Minha cabeça vagava entre o agora e o porvir. E o medo de toda novidade temperava a comida. 

Era difícil distinguir naquela fase e naquela idade tristeza e solidão. Mas de uma coisa eu tinha certeza, daquele dia em diante esses sentimentos seriam companheiros constantes. Pela manhã, durante o almoço e no retorno para casa já não teria mais sua presença. 

E durante aquele almoço, me vi dividida entre o partir dele e o continuar dela, que mais do que nunca precisaria de nós por inteiro. E esse pensamento amargava aquele almoço já nada saboroso. Me veio uma vontade infinita de chorar e senti, então, aquelas lágrimas quentes escorrerem minha face indo cair no prato já bastante cheio. Cheio de dor, cheio de tristeza, cheio de medo e cheio de um vazio ainda desconhecido.

A partida do meu avô nunca mais me deixou a memória. Recordo ainda a cena.  A notícia, o desnorteio,  o não saber o que fazer nem para onde correr, o labirinto... Naquele momento, eu deveria obrigatoriamente compreender: o que tanto temia aconteceu. Ele havia nos deixado. Me lembro de ir para o banho aos pedaços e aproveitar aquele momento para rasgar e arrancar do peito aquela úlcera dilacerante de uma perda pungente. E foi lá, no banheiro, durante o banho, que tentei, falidamente, esgotar as lágrimas, que ainda hoje, na morosa recordação, ainda insistem em cair.



sexta-feira, 1 de junho de 2012

Vou ficar bem


Viva a sua vida, não se importe comigo, vou ficar bem, eu prometo. Siga os conselhos do seu coração e esteja seguro das escolhas, ainda que elas me machuquem.  Como já disse, vou ficar bem. 

Se permita envolver, se permita amar, e, por um momento, faça morrer dentro de si minhas lembranças.  E se não der certo, eu saio para sempre, para não deixar que sua vida se paralise por um passado banal. E não se preocupe, vou ficar bem.

Acredite que é ela a mulher dos seus sonhos, dê a ela todo o seu amor, dedique a ela todo o seu tempo e faça valer a pena todo o investimento. E, se mesmo assim o seu coração se entristecer, explique a ele que é preciso ser prático, diminuir distâncias e encurtar fronteiras.

E nada que o tempo não cure. Mesmo distante e ausente, vou torcer pela sua felicidade, porque a minha? Ah... esta já está acostumada a levar uns tropeços e se levantar sozinha depois.


quarta-feira, 30 de maio de 2012

Ô Deus???


Deus, qual é o número do seu celular? Preciso te ligar, mandar mensagem, mas sem destinatário, nada adiantaria. Qual é o seu endereço? Precisamos nos ver. Como tantas outras vezes, preciso de colo, conselhos e orientações. 

Está tudo tão pesado, as escolhas difíceis, e as respostas que nunca vêm... Preciso saber o que fazer, se é esse o caminho, e o que da vida devo esperar. Onde poderemos nos encontrar para batermos um papo? Temos muito o que conversar, tanta coisa para te dizer... 

Sabe aqueles medos e receios da infância? É... eles ainda persistem, mas agora sem mais aquelas mãos maternas para segurarem as minhas no meio da madrugada. Dela, a voz é ouvida sempre de longe e seus carinhos são via pensamento. Daquela tia, agora ficam apenas as notícias e não mais os abraços e os sorrisos dos finais de semana. Então, será que é isso mesmo? Me diz?!?!

E sabe aqueles planos existentes desde muito? Não aconteceram... Sabe, sem perceber, acho que cresci e os outros foram ficando pelo meio do caminho. Não consegui carregá-los comigo em presença como gostaria, apenas em  lembranças e pensamento. E que pensamento incessante. E com eles, parte de mim também ficou. Venho apenas pela metade porque minha cabeça está lá. E é por isso também que eu Te clamo. Porque não sei se está correto, se é isso mesmo, se devo continuar ou se o melhor é voltar. É isso, não é... fico, volto... persisto, desisto... e então? Promete me colocar na sua agenda e marcar um horariozinho para mim?


sábado, 5 de maio de 2012

Escrever me faz alguém melhor


Escrever me torna alguém melhor. Com o movimento da caneta, com o contorno das letras e com o rabisco da tinta no papel em branco, aprendi a me descobrir. E, à medida que aquelas ideias confusas jogadas ali no papel começam a se organizar, minha vida também se organiza. 

O choro engasgado se desfaz em lágrimas e em palavras que preenchem o vazio antes impreenchível.  A dor, após dividida com o papel, se parece mais suportável e os seres, antes julgados de forma humana, passam a ser compreendidos e tolerados. 

As ofensas recebidas bruscamente, quando desabafadas por meio dos dedos frios no teclado do computador, são perdoadas com menos dor e mais amor. Se antes era radical, passo a ser mais tolerante. Se andava nos extremos, considero a hipótese de caminhar pelo meio. Se antes afoita, agora mais cautelosa. Se antes limitada, agora completamente livre. 

Por meio das ideias organizadas no papel, aprendi a considerar o outro, sua vida, sua história e seus porquês. Aprendi, pouco a pouco, a desnudar-me, revelando a mim mesma quem de fato eu sou. Traduzindo em palavras meus medos, sonhos e sentimentos, pude entender que só eu sou digna de dizer se dói, onde dói, qual é a intensidade da dor e qual a cura, cabendo apenas a mim diminuí-la ou extingui-la de vez. Avalio hipóteses, ouço conselhos, mas a escolha final é minha, e apenas minha. 

Escrever me trouxe a paz almejada, o alívio para toda dor, e ao próximo, o verdadeiro amor.  Com o desenho das letras, me descobri mulher, me descobri maior. E por isso concluo, escrever me faz alguém melhor. 


terça-feira, 1 de maio de 2012

Mais que amigo


Sabe aquele amigo que aparece quando nunca se imagina? É você. Sabe aquela mão estendida quando não se acredita mais nas forças das pernas? É a sua. Sabe aquela ligação quando se duvida que ainda se lembrem da sua existência? Vem de você. Sabe aquelas palavras que chegam no momento em que mais se precisa e menos se espera? São as suas. O ombro amigo sempre disponível? O seu. Aquele carinho irresistível sempre presente mesmo distante? Não preciso mais dizer... Agora, advinha quem consegue me fazer trocar as lágrimas pelo sorriso alegre já esquecido...

É você meu mais que amigo, meu acreditar quando já se duvida. Meu norte, aliás, meu sul. É para você minhas orações, meu crer, meu desejo de vitória, minhas esperanças. É você meu melhor presente. Meu, e só meu, Rey, o senhor dos puxões de orelhas, dadas e recebidas. Minha lembrança saudosa no meio do dia. Minha recordação latente e retumbante a ressoar o passado e o porvir. Tudo isso é você.

Meu guerreiro, minha fortaleza, toda minha Curitiba, um pedacinho dos sonhos alheios, o meu para sempre, o mais verdadeiro, meu torcedor de primeira fila, meu bailão, meu leilão, minha Montevideo...

E é para você meus pensamentos, meus sonhos, meu sorriso, minha canção, minhas poesias, a esperança que não morre por último, e persiste. Você é aquele que nenhuma teoria explica, que nenhuma palavra denomina, que nenhum número quantifica. Não há acepção no dicionário, não há fórmulas matemáticas, tampouco é possível se encontrar em sites de busca. Você é meu mais, muito mais que amigo. E sabe aquela pessoa que te resgata as forças e te faz acreditar que esse mundo vale a pena por sua singela existência? É você...