quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Parabéns para você...


Dia de aniversário, para mim, é sempre muito especial. É quando minha ficha cai do quão importante é estar aqui nesse plano aprendendo, crescendo e ajudando a construir um mundo melhor e tentando, de alguma forma, fazer alguma diferença na vida de alguém. Afinal de contas, viver por viver não faz sentido. Se não pudermos deixar nossa marca, contar uma história, emocionar, arrancar sorrisos e confortar, de nada adiantou vivermos 100 anos.

O “Happy Birthday” no dia de aniversário me emociona profundamente porque me vem à tona todas as vezes em que fui acordada, no dia 04 de outubro, por você, mãe, como uma forma única e singular de demonstração de carinho e amor. Me recordo, ainda pequenininha, de você me acordar antes de ir para o trabalho, cantando “parabéns para você…”, depois disso, me dava um abraço gostoso e aconchegante, intercedia por mim a São Francisco e me dizia para fazer uma horinha na cama. E eu fazia mesmo uma horinha, tão leve e feliz…

Depois, já adulta, morando em BH, me lembro de ser acordada por suas ligações e, mais uma vez, eu ouvia do outro lado da linha: “parabéns para você...”, dessa vez, com a Letícia também ao telefone, e não tinha como não derramar um rio de lágrimas.

E com o tempo o feliz aniversário foi ganhando variações. No apartamento, a Nanda me deixava cartinhas debaixo da porta, me trazia uma vela acesa, bem cedinho, para eu soprar e, mais uma vez eu ouvia: “parabéns para você...” e já começava o dia de aniversário chorando, sabendo que seria assim até o dia terminar. E hoje, não pôde ser pessoalmente, mas houve o “parabéns para você” da Nanda por áudio e, ainda no ponto de ônibus, foi impossível não chorar.


E vou assim, o dia todo, feliz, sempre emocionada e transbordante de gratidão por estar aqui, onde estou, com as dores e os prazeres de ser quem sou. Pela oportunidade de ter a família que tenho, tão carinhosa, tão próxima, unida por laços tão fortes, que seguramente vêm de outras vidas. De ter o trabalho que tenho, alinhado com o meu propósito de vida, olhando pelas minorias. Por todos e cada amigo que quando chega agrega experiências fortes e marcantes seja por seu olhar, seja por suas palavras, seja pura e simplesmente por sua presença.

Me sinto privilegiada por tantas bençãos, por tanto presente e uma delas é fazer aniversário exatamente hoje, no dia de São Francisco de Assis. Eu preciso e quero dividir com cada um de vocês, família, a minha vida, a minha alegria, a minha gratidão, o meu estar no mundo. E durante todo o dia, repito a prece que também me emociona, em especial, hoje, e é o que tenho pedido incessantemente a Deus: “Senhor, fazei-me um instrumento de vossa paz”.


quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Ela nunca desistiu do amor


Ela sempre acreditou no amor. Apesar dos tombos e tropeços, seu coração nunca desistiu de amar. Ela sabia, tinha certeza de que valeria a pena esperar, de que, embora completa, a caminhada ao lado dele seria mais feliz, faria mais sentido, traria mais cor para sua vida. E por que não dividir com alguém tudo que havia aprendido sobre a vida nos últimos tempos? E por que não aprender com alguém tudo o que ainda não sabia?

E todos as noites, antes de dormir, ela o chamava: “Vem, eu tô te esperando! Cadê você?”. E antes de fechar os olhos e cair no sono, ela pedia por ele, para que tivesse paciência por esperar por ela também. E dormia tranquila.

E noite após noite, ela dizia baixinho: “Não te conheço ainda, mas nossas almas se reconhecerão. E nem sei como, mas já te amo tanto...”. Ela tinha certeza de que na hora certa, ele chegaria, da forma como fosse, mas a encontraria e a amaria tão forte como ela já o amava.

E dia após dia, ela o chamava, antes de dormir, ao olhar para o céu, quando ouvia o canto dos pássaros, ao ver o pôr-do-sol. Seu coração vibrava de felicidade porque cada vez ela sentia mais forte o amor pulsar dentro de seu coração.

E às vezes ela chorava. Chorava de amor. Porque sabia que seria lindo, que seria perfeito, que ele estava cada vez mais próximo. Ela já se sentia preparada para recebê-lo. E sabia também que ele esperava por ela. Ela tinha certeza de que seria especial. E já não sentia medo como antes.

Até que ele chegou da maneira mais improvável possível. Vinha de longe, de outro país. Falava outros idiomas, mas não o seu. E isso de nada importava porque mesmo assim, conseguiam se entender. E seu coração transbordou de felicidade.

A sensação de que já se conheciam, todas as prováveis coincidências, várias coisas em comum e a rápida intimidade e desejo tão intensos a fazia ter certeza de que vieram nessa vida para se encontrarem. Ela nunca teve dúvidas de que era ele. E se entregou, sem medos, sem receios, sem privações. Se entregou por inteiro. E ela completamente se transformou em amor. Amor próprio, amor incondicional, amor eterno, amor a dois, amor a primeira vista, amor para vida toda… amor, simplesmente, amor!



quarta-feira, 25 de julho de 2018

Para não esquecer


Lê, meu amor! Hoje senti muita vontade de te escrever. Já há algum tempo me prometia fazer isso e finalmente esse dia chegou. Ontem à noite, fiquei ensaiando o que te dizer e algumas palavras me chegaram fáceis.



Às vezes me vem uma sensação louca de que o tempo, a vida ou o destino um dia vai nos afastar (não sei por que essa sensação) e antes que isso aconteça, se é que algum dia vai acontecer mesmo, quero te dizer tudo o que o meu coração me pede.



E a primeira coisa é que você é muuuuiiitttoooo especial. Das maiores alegrias da minha vida. Minha companhia dos sábados e domingos, das férias e feriados. Você me ensina sempre a ser menina de novo, a pular corda, dançar com bambolê, fazer polidance na placa da rua, correr atrás de Bellinha, fazer um novo quadradinho de oito e rir, rir muito de tudo e de nada. 

Você me surpreende com suas selfies malucas no meu celular, com sua mania de dar tapas nas barrigas alheias, abraços repentinos por trás, sem contar as brigas para ver quem vai brincar com Alice ou quem vai carregá-la primeiro.



Com você, aprendi o cuidar, porque você me faz querer cuidar de você, te proteger, te fazer feliz, te apresentar um mundo realmente bom, ser boa, te fazer bem. Com você aprendi a cantar tanta música linda, a assistir Sou Luna, Mohana, Cinderela... e me esquecer da vida real, tão chata às vezes.



Você me faz querer ficar e nunca mais partir. Me faz querer voltar. Você me traz o desejo da pipoquinha, do brigadeiro, da batata frita, do milho no parque. Você me traz o parque inteiro.



Ah, minha Lelê… que sorte a minha ter você, o seu sorriso, a sua companhia. Que alegria a minha ser sua amiga, sua confidente, alguém em quem pode sempre confiar.



E o que o meu coração me pede para te dizer é que sempre estaremos juntas. Sempre! Mesmo que eu não esteja do seu lado, mesmo que nos afastemos, mesmo que eu ou você precise partir algum dia, jamais nos deixaremos. Não importa o que aconteça, não importa quem chegue, quem se aproxime, quem vai… eu sempre vou te amar com o maior amor que existe dentro de mim porque "nele cabe até uma penteadeira... cabe nós duas".



Tudo o que eu mais quero nessa vida, Lê, é que você seja sempre muito feliz. Que nada seja capaz de te tirar essa força, esse brilho e esse sorriso, minha pequena guerreira. Porque é como te vejo: minha guerreira menina. Talvez por isso a gente se identifique tanto, porque a cada tropeço a gente se fortalece mais.



Seja sempre carinhosa com todos os seres à sua volta. Quem doa carinho, amor e atenção nunca se sente só. E se ame, se ame muito em primeiro lugar. E quando se sentir triste, se lembre do quanto você é linda, especial e amada. E jamais se sinta sozinha porque sempre vou estar com você, em prece, pensamento ou no meu desejo intenso de felicidade. E guarde esse segredo com você: Eu te amo muito, minha Lelê!


quinta-feira, 19 de julho de 2018

O barulho lá fora e a voz aqui dentro



Às vezes, me sinto perdida. Não sei por onde começar. Minha cabeça fica confusa. Quero muitas coisas ao mesmo tempo. E ao mesmo tempo, não quero nada. Tento respirar fundo, fechar os olhos, sentir as batidas do meu coração e entender que caminho ele quer seguir, mas o barulho lá fora é mais alto que a voz aqui de dentro. Outras vezes, choro incessantemente para tentar expulsar as dúvidas, os medos e as dores e quando o choro cessa, sinto um alívio, mas inda persistem os mesmos sentimentos.

Tento ler, meditar, praticar Yoga. De outras vezes, me escondo de mim mesma. Me distraio, aliás, busco distrações que me mostram outras direções e que me fazem me perder ainda mais de mim, do que busco, do que quero e do que acredito. Volto ao início e sinto como se não tivesse saído do lugar.

Sempre ouço dizer: “Somos o Universo”, “Se ame”, “Todos somos um”, “Medite”, mas por onde começar? E quando nada disso faz sentido? E quando você não sabe nem mesmo se quer se levantar da cama, quando a rotina massacra, quando o medo paralisa, quando o cansaço fala mais alto do que todas as suas vontades?

E quando você quer correr, mas não sabe para onde? E quando você busca algo, mas não sabe o quê? E quando você crê piamente em algo e tudo desmorona de repente? E quando às vezes você sente medo do futuro? O que fazer?

Hoje, nessa confusão dentro de mim, quero o tudo e o nado, o novo e o velho, o tradicional e o mais arrojado, quero ir e ao mesmo tempo ficar. Quero o de sempre e o desconhecido, quero perder e ganhar ao mesmo tempo ganhar, quero ser do contra e quero me calar. Às vezes, quero das as mãos e de outras, virar as costas e caminhar sem olhar para trás.

Quero aceitar que esse momento é meu, me pertence, de que preciso de tudo isso para crescer, mas quero entender também porque toda essa confusão dentro de mim, por que tantas perguntas sem respostas, por que tantas coisas loucas ao mesmo tempo. E no final das contas, quando me deito, não sei o que quero, não encontro respostas e não quero esperar mais tempo para encontrá-las. Quero jogar tudo para o alto, gritar, sumir, pichar paredes, xingar palavrões, mas algo me diz que o caminho não é esse, que preciso silenciar a voz da mente e ouvir a voz do coração. Respiro fundo, fecho os olhos, sinto as batidas do meu coração, mas o barulho lá fora ainda é mais alto do que a voz aqui dentro.


terça-feira, 12 de junho de 2018

Um dia de cada vez


Florzinha, ontem doeu demais chegar em casa e não te encontrar. Senti um nó imenso na garganta, chorei e abracei a Bella, desejando que você estivesse ali, no portão, me esperando. Meu mantra tem sido: “um dia de cada vez”. Foi bom ter deixado o trabalho e voltar para casa, poder abraçar minha mãe, relembrar suas manias, seus carinhos, nossos últimos dias juntas…

Seu lugarzinho continua lá, Florzinha… a Bella tem te procurado e sentido sua falta também. Ontem, quando chegamos em casa, ela te procurou para te dizer que já estávamos lá. Acho que ela queria puxar sua orelha, te morder e me disputar com você. A Bellinha agora tem recebido todos os carinhos que seriam para você, como uma forma de compensar a sua ausência.

Ai, Florzinha… como eu tinha medo de quando esse dia chegasse. E chegou, dilacerando nossos corações com uma dor imensurável. Eu penso em você o tempo todo. Tento me harmonizar com os meus pensamentos, me distraio, mudo o foco, o assunto, mas a todo momento você me vem à mente. Fico aqui me lembrando das suas peripécias. Suas corridas atrás do Bejamim, você fuçando o lixo em busca de gordices, as latidas perto do saco de ração sempre que estivéssemos na cozinha comendo alguma coisa, sua manina de se cobrir sozinha ou sair andando, carregando o cobertor na cabeça, só com a carinha de fora.

Tô tão feliz por ter conseguido te dar banho no último final de semana. Não precisei te carregar. Você veio sozinha e receosa, me olhando de rabo de olho e orelha baixa, como se quisesse sem querer. E depois, quando te mostrei sua roupinha, você correu para mim, balançando o rabo e tentando me ajudar a enfiar suas patinhas em cada buraquinho da roupa.

Nesse sábado, Flor, eu não consegui voltar para casa na sexta, mas me levantei bem cedinho no sábado, juntei minhas coisas e corri para você. No ônibus eu já imaginava você me recebendo em casa, queria te dar um banho de novo, cuidar de você, dormirmos juntinhas depois do almoço e passarmos o resto do sábado e o domingo juntas, como de praxe. Mas nada disso aconteceu… Não consegui te dar banho, nem te colocar para dormir comigo, muito menos desfrutar da sua companhia.

Passei o final de semana inteirinho pensando em você, em como você estaria, se sentia dor, se voltaria para casa. Fiquei insegura, sem saber o que esperar. Queria eu, Flor, poder receber uma ligação do veterinário me chamando para te buscar, dizendo que você já estava bem, me esperando te buscar. Perdi o apetite, não consegui comer, minha cabeça doía muito e meu estômago também. O tempo todo eu te mandava boas energias, o tempo todo eu te enviava amor, o tempo todo eu falava de você. Eu já me preparava para te buscar, já tinha limpado seu cantinho, deixado sua caminha de molho para quando você voltasse, mas o veterinário nos informou que você ficaria mais um tempo internada, que era grave e que poderia ser irreversível. Nossa, Flor… nessa hora eu chorei demais. Chorei muito, alto, como se eu previsse o que estava por vir. Fui para o quarto e me afoguei no travesseiro.

Ainda hoje eu ainda choro baixinho, escondida no banheiro. No trabalho, já me perguntaram porque ando triste nos últimos dias. E não consigo responder sem antes chorar. Não tenho mais apetite, sabe?! A comida parece tão ruim, sem gosto, sem graça. A minha graça era você.

Todo mundo tem me dito que vai passar, que devo viver um dia de cada vez, que toda essa dor vai dar lugar a saudade, mas essa saudade eu já sinto, junto com a dor. Ai, ai… é tão difícil sorrir sem você por aqui. Abro as suas fotos no celular relembrando cada momento que te fotografei. Pareço boba, né?! Eu sei… mas não me importo. Boba eu seria se não tivesse tido você.

Ouço, às vezes, as pessoas dizerem que não querem animais exatamente porque eles se vão, mas o que essas pessoas não sabem é que apesar de toda a dor, nada sobrepõe o amor. Nenhuma tristeza consegue ser maior do que a alegria e a felicidade de ter tido você.

A vida por aqui continua, minha “baligudinha”, sem graça, sem apetite, mas continua. Acho que agora sou alguém melhor. Você me ensinou a ser intensa, a me entregar por inteiro nas minhas relações, a me doar mais e mais, você nos trouxe cura. Você é cura! A cura dessa vida para a imensidão. Hoje eu permaneço triste, mas sou melhor por você. E tudo o que você me ensinou e me trouxe vale mais que uma vida.


segunda-feira, 11 de junho de 2018

Vá em paz, minha Florzinha


Flor, vá em paz, meu amor! Que os anjos e toda a sua legião de luz te recebam na imensidão do Céu. Eu te amo demais e te deixo partir. Você me fez alguém muito feliz esse tempo todo e nada nunca será capaz de mudar a nossa história. Sou melhor por você.

Gratidão imensa por me permitir desfrutar da sua cia, por me escolher, por me dar tanto amor, por ser minha amiga e por me ensinar tanto durante todo esse tempo.

Vá, Florzinha, porque ficar aqui sofrendo é algo que você não merece. Esse corpo doente não é o seu. Abandona essa matéria e vá viver plenamente o que foi preparado para você em outras dimensões.

Vá em paz e saiba que vamos ficar bem. Sua missão foi cumprida com honra e por isso seu ciclo foi encerrado aqui na Terra. Que orgulho fazer parte da sua história. Que felicidade a minha ter você conosco por 11 anos. Saiba que você foi um dos maiores, melhores e mais felizes presentes que a vida me deu.

Obrigada pela oportunidade de cuidar de você. Tenho certeza que estive aquém de tudo o que você representa para mim, mas saiba que foi o meu melhor. Obrigada por me permitir me redimir diante todas as vezes que não fui presente e poder me entregar completamente nos últimos meses.

Você foi minha melhor cia nos dias da escrita da minha dissertação, você é meu mais quentinho cobertor no dias frios, a alegria da minha chegada às sextas à noite e sábados de manhã, meu serzinho de luz que tanto me ensinou e nos cuidou.

Já está sendo muito difícil ficar sem você. Com quem vamos dividir a maçã do café da manhã? Quem vai latir durante as refeições querendo queijo, leite, carne? Quem vai pedir o brócolis e a couve-flor do almoço? E com quem dividir a mexerica ou o bagaço da laranja? Você vai fazer falta quando eu chegar em casa e não te encontrar correndo em disputa com a Bella para me dar um abraço, para me fazer um carinho gostoso e depois me pedir colo. Você me faz falta quando penso que não te tenho mais em presença física sempre que estiver em casa, quando penso que não vou ter sua carinha a me olhar pedindo para te carregar e colocar na cama ou latindo no meio da escada querendo que eu te busque. Você fará falta, Flor, muita falta. Mas pior seria te ter aqui de forma egoísta, forçando sua presença em sofrimento.

Por isso, te deixo partir com o coração transbordante de paz e gratidão. Porque entendo que o momento da despedida chegou, porque te amo, porque sou grata a você, a Deus e ao Universo por toda a felicidade que pude desfrutar ao seu lado. Tá doendo muito, mas sei que toda essa dor vai passar. Vamos ficar bem, tenho certeza. Meu choro é de saudade e gratidão, jamais de tristeza. Deus cuidou com muito carinho de cada momento, de cada detalhe, em cada uma de nossas decisões.

Vá em paz, minha Florzinha, meu anjinho, meu serzinho de Luz! Vá para a Luz, para a imensidão que te espera. Vá em paz, estamos em paz. Esteja bem! Você é inteiramente luz e amor e é tudo isso que você deixa com sua memória: Luz e amor, para sempre!



domingo, 29 de abril de 2018

Our dreams


São taaaaannntaaas histórias juntas que nem sei por onde começar. Tem vários sonhos de infância, inúmeras conversas no MSN, vários diálogos em inglês, risadas múltiplas, fotos marcantes, sonhos de uma vida inteira e sonhos estes que vão sendo realizados, um a um.

E agora, Nanda, você vive, talvez, o mais intenso. Algo que dividíamos juntas, eu, você e Lu, na expectativa de que esse dia chegasse, de que fosse como nos contos de fadas, com direito a vestido de noiva e All Star preto de cano alto. Íamos longe, ríamos muito e voltávamos à nossa realidade de meninas ainda.

Parece que foi ontem que nos reuníamos para brincar de “conversar”, de lojinha (aproveitando a ocasião propícia para arrumar o guarda-roupa), para dançar, para dividir sonhos... sonhos de viajar o mundo, de morarmos juntas, de conhecer lugares, de curtir juntas shows de rock, mesmo que de bandas covers, de um dia ser alguém.

Temos muitas cartinhas trocadas, fotos com dedicatórias, expressões só nossas ou que só nós entendemos (I love you and I’m not drunk ou “Como assim um DJ não conhece Yves Larock?”). E Por falar em Yves Larock: “My dreams is to fly over the rainbow, so high”, aliás, OUR dreams. E a lua só traiu mesmo a Joelma, porque a nós ela tem sido cada vez mais fiel e amiga, em especial, quando ressurge, atrás das nossas montanhas caeteenses, linda, como uma forma de dizer: “Olho por vocês todos os dias, mesmo quando não conseguem me ver”.

Obrigada, minha prima-amiga-irmã, por ser quem você é, por dividir comigo os seus sonhos, por me permitir dividir com você os meus também, por fazer parte da minha história, por deixar recadinhos debaixo da porta em dias de aniversário ou por cantar parabéns para mim com um velinha singela e ao mesmo tempo tão especial que me abria para o choro de alegria o resto do dia.

Obrigada por todo esse tempo de parceria no apartamento, cada uma do seu jeito, se fazendo entender e amadurecer da forma como conseguíamos. Obrigada pelo carinho, pelo cuidado, em especial, por pedir para que me cuidassem (há tanto tempo não me sentia tão especial como me senti ao ouvir seu pedido a quem ficava).

Viva esse seu momento lindo e especial com toda a profundidade da sua alma. Receba todo o carinho e o amor do mundo porque você merece tudo isso e muito mais. Que essa nova fase te abra para novos sonhos e novas descobertas. Que você entenda que pode TUDO, que merece TUDO e que realizará TUDO que sempre sonhou e desejou.

Aonde quer que você estiver, daqui para frente, sempre que vir a lua, lembre-se de que ela olha por você, numa forma de te dizer, que estamos sempre juntas, em sonhos e pensamentos porque os seus sonhos são também meus, assim como a sua felicidade é também a minha.

E me desculpe se em algum momento não correspondi às suas expectativas ou não agi da maneira como esperava ou se deixei que a rotina nos atropelasse reorganizando as prioridades. Ou mesmo quando a presença não tenha sido suficiente ou as palavras aquém dos sentimentos.

Que a lua seja presença constante em nossas vidas, nos lembrando que viver vale muito a pena e que uma vida com sonhos nos faz ainda mais fortes e seguros da força do pensamento. Cada uma, aos poucos, vai tomando seu rumo, mas a certeza de estarmos sempre juntas nos acompanha nas lembranças, nas histórias e nos momentos em que nos encontramos. E que em meio a todas essas lembranças permaneça a certeza de que nos amamos muito em meio a drinks, rocks ou lágrimas e sorrisos. I Love you so much, my cousin-friend-sister! Be happy, ever!